Na IAA Transportation 2024, maior feira de transportes do mundo, que ocorre em Hannover, Alemanha, até o próximo dia 22, a Scania exibiu dois caminhões elétricos a bateria como soluções para a descarbonização, mas também manteve em destaque seus modelos com motores a gás e a diesel. A estratégia de apostar no eclético parece ser acertada, especialmente considerando que o mercado europeu, nesta edição da feira, mostrou um resurgimento do interesse por soluções a diesel.
Em coletiva de imprensa online realizada na quinta-feira (19), direto da Alemanha, o gerente de engenharia de aplicações de oferta de soluções da Scania Brasil, Ivanovik Marx, confirma que, nesta edição do IAA, muitos fabricantes apostaram em veículos movidos a diesel. Um cenário diferente da feira de 2022, onde havia a ausência de motores a combustão.
Segundo o executivo, o cenário atual reflete o fato de que o diesel ainda será o combustível principal no transporte na Europa e no Brasil. Além disso, mostra que as tecnologias de descarbonização, como as elétricas, ainda são caras, mesmo para o empresário europeu.
A infraestrutura também contribui para a lentidão do avanço dessas tecnologias, sobretudo para caminhões pesados que rodam em trajetos mais longos. “Ainda é um desafio, mesmo para os países mais desenvolvidos”, analisa.
Múltiplas soluções
Conforme Ivanovik Marx, o cenário exibido na IAA 2024 fortaleceu o que a Scania já vinha defendendo: o futuro do transporte será eclético. “Isso significa que as melhores soluções são as que as mais se adequam aos clientes e a realidade de infraestrutura”, disse.
Com a experiência na Alemanha, o executivo acredita que a Fenatran 2024, maior feira de transporte da
América Latina, que ocorrerá em São Paulo, no início de novembro, deverá seguir essa tendência de diversificação de tecnologias.
No IAA, o destaque da Scania foi para o motor Super 460 R que ganhou o prêmio alemão Efficiency Green Truck por fazer 4,2 km/l na versão 4×2. “A tendência é cada vez mais melhorar a eficiência dos motores térmicos”, disse.
Fortalecimento na solução a gás
A Scania avalia como um grande avanço o progresso de seus caminhões movidos a gás e a colaboração para desenvolver a infraestrutura de abastecimento. Segundo Ivanovik, a união entre fabricantes na Europa resultou na criação de uma rede com aproximadamente 1.700 pontos de abastecimento.
No Brasil, a empresa já está vivenciando um cenário semelhante com o desenvolvimento dos chamados corredores azuis. O executivo acredita que, assim que outras montadoras começarem a expandir a oferta de caminhões a gás no país, a infraestrutura de abastecimento avançará de forma ainda mais ágil.
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