De Hannover, Alemanha
A restrições legais ou comerciais para a entrada dos implementos rodoviários brasileiros no mercado europeu sempre foi de conhecimento da indústria nacional, mas o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), José Carlos Spricigo, revela que, na edição da IAA Transportation 2022, o setor buscou apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para realizar a sua primeira experiência de vendas na maior feira de transportes do mundo.
A ideia já existia, mas os custos eram altos demais para os associados da entidade. “Com a entrada da Apex, órgão do governo especializado no fomento das exportações, foi possível viabilizar. E com isto prospectamos os mercados africanos, da América Latina, do Oriente Médio e até mesmo de países europeus”, comenta Spricigo.
A grande vantagem da primeira edição é que aumentou o número das empresas do setor que são exportadoras. “Éramos 7 e agora somos 32 e geramos negócios de mais de 250 milhões de dólares. Nesta segunda investida, na IAA Transportation 2024, trouxemos 18 associados, o que é muito bom. Na Fenatran teremos 54,” fala um entusiasmado Spricigo.
A grande dificuldade de vender para os europeus são as restrições legais. Mas já existem negociações com Portugal, e isto pode abrir uma porta importante para os produtores brasileiros.
Em patamares similares
Na visão de Spricigo, os produtos europeus não são melhores que os brasileiros. “A grande vantagem que eles têm é uma maior diversidade de configurações e a utilização intensiva de alumínio, que permite carretas mais bonitas, com brilho e com possibilidades de design mais ousado.”
Conforme o executivo, a partir de janeiro de 2025, com a obrigatoriedade do EBS – Eletronic Brake System – o Brasil alcançará o mesmo nível de segurança. “E já temos associados desenvolvendo inovações que os europeus ainda não têm.”
Uma das estratégias da indústria brasileira de implementos para atrair clientes na Alemanha foi promover uma deliciosa culinária brasileira, que aconteceu nesta quinta-feira (19). Embora esteja concentrado nos negócios do evento, Spricigo também acompanha de perto as atividades no Brasil. “Na linha pesada, devemos manter um volume semelhante ao do ano passado, entre 90 e 92 mil unidades. Com a inclusão da linha leve, esperamos alcançar um total de 150 unidades.”
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