Apesar de ter elevado de 16% para 25% a alíquota de importação de pneus de passeio, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu manter a alíquota de importação de pneus de carga em 16%.
A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) informou em nota que “a indústria espera que novas medidas possam ser analisadas pelo governo”. A associação reitera o estudo da LCA Consultoria Econômica, pneus importados da Ásia chegam ao país com preços em média até 69% menores que os praticados no mercado internacional.
De acordo com o estudo, sem medidas para conter as importações a preços desleais, a produção industrial brasileira perderá R$ 8,2 bilhões de reais ao ano e terá queda de R$ 2,6 bilhões do PIB. A estimativa é de corte de 30,8 mil postos de trabalho (diretos e indiretos), com redução de R$ 1,1 bilhão na massa salarial agregada.
Por outro lado, a NTC&Logística, associação que representa o setor transportador brasileiro, manifestou oposição ao aumento da taxa de importação de pneus durante audiência pública realizada nesta semana na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.
Segundo o assessor técnico da entidade e responsável pelo Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Econômicas (DECOPE), Antonio Lauro Valdivia Neto, a proposta pode causar danos substanciais ao setor e à sociedade como um todo.
O assessor técnico da NTC destacou que o aumento da taxação resultaria em prejuízos estimados em até R$ 2 bilhões anuais apenas com as unidades de reposição de pneus. Ele alertou que o impacto não se restringiria apenas ao setor de transporte, mas também afetaria diretamente os consumidores, com um possível aumento de até 4,5% na cesta básica devido ao encarecimento dos produtos.
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