A malha ferroviária brasileira ganhou mais um reforço, com a inauguração do terminal rodoferroviário em Alvorada (TO). Com capacidade para carregar em média 12 vagões por hora, podendo levar até duas composições por dia, a nova estrutura vai possibilitar o transporte de até cinco mil toneladas de grãos diariamente, segundo informou o Ministério dos Transportes. O investimento, realizado pela concessionária Rumo em parceria com a cooperativa de agronegócio CHS, foi de R$ 100 milhões.
Com vocação inicial para o transporte de soja e milho, e futuramente farelo, este é o primeiro ponto de carga com pátio de manobra a marcar a expansão da Ferrovia Norte-Sul no Tocantins. O local ainda possui um armazém com capacidade para 75 mil toneladas de grãos, permite a secagem e padronização das cargas, além de capacidade de receber 120 caminhões por dia.
A nova operação em Alvorada surge como alternativa logística para a economia agrícola da região, recebendo cargas do Tocantins, da Bahia e do leste de Mato Grosso. É um ponto estratégico para colocar o agronegócio desses locais na rota de exportação do país através do Porto de Santos, por onde se conecta aos mercados internacionais.
A infraestrutura foi implantada em uma área de aproximadamente 70 hectares, com destaque para a construção de um pátio que possibilita o transbordo da carga sem a necessidade de desmembramento do trem.
Ferrovia Norte-Sul
Em 2023, o governo federal concluiu a Ferrovia Norte-Sul, empreendimento com 2.257 quilômetros de trilhos, que atravessa quatro regiões brasileiras. A obra, que conecta os portos de Itaqui (MA) e de Santos (SP), era esperada há quase quatro décadas.
A conclusão do empreendimento permite que três estados brasileiros com forte produção de commodities – como soja, milho e algodão – tenham saída para seus produtos pelo mar. Com a linha férrea, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais ganham competitividade no momento de exportar seus produtos, seja pelo litoral do Sudeste ou pelo Norte do país. No Novo PAC, os projetos ferroviários têm investimento previsto de R$ 94,2 bilhões até 2026.