Novas tecnologias em veículos pesados podem representar 60% em 2040

Em ônibus urbanos as versões elétricas podem ultrapassar 50% em 2035, é o que aponta o estudo elaborado pela Anfavea e o Boston Consulting Group (BCG)

As novas tecnologias em veículos pesados podem representar 60% em 2040 e em ônibus urbanos as versões elétricas podem ultrapassar 50% em 2035, é o que aponta o estudo “Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil” elaborado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o Boston Consulting Group (BCG).

Sonia Moraes

As novas tecnologias em veículos pesados podem representar 60% em 2040 e em ônibus urbanos as versões elétricas podem ultrapassar 50% em 2035, é o que aponta o estudo “Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil” elaborado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o Boston Consulting Group (BCG).

Mas, para ter 60% de novas tecnologias nos veículos pesados em 2040, é preciso aumentar a produção de biocombustíveis, principalmente biodiesel e HVO, em mais de 15 bilhões de litros por ano, isso implica em aumentar a produção de biocombustíveis e adicionar nove bilhões de biodiesel, segundo o diretor técnico da Anfavea, Henry Joseph Junior.

“Para aumentar a mistura em 20% e 30% de biodiesel e HVO no diesel serão necessários mais de 11 mil metros cúbicos por dia de produção de gás e até 370 mil toneladas a mais por ano de demanda de hidrogênio verde”, disse o diretor da Anfavea.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou que os 242 milhões de toneladas de CO2 que o setor automotivo emite por ano, representa cerca de 13% das emissões totais do Brasil, que é o total de transporte. Se o ritmo atual de crescimento for mantido, as emissões poderão atingir 256 milhões de toneladas em 2040.

“Mas as combinações dos esforços de intensificação das novas tecnologias de propulsão, com o maior uso de biocombustíveis pode gerar uma redução de até 280 milhões de toneladas de CO2 nos próximos 15 anos”, disse Leite.

Na visão da Anfavea, medidas complementares, como a renovação da frota, inspeção veicular, aumento do poder calorífico dos biocombustíveis e implementação de programas de reciclagem veicular, poderão evitar a emissão de 400 milhões de toneladas de CO2 nos próximos 15 anos.

Esse avanço envolve o desenvolvimento de um ecossistema abrangente, que inclui a cadeia de fornecedores, infraestrutura de recarga, geração e distribuição de energia, além da produção de biocombustíveis.

Ampliação de novas tecnologias

O presidente da Anfavea destacou que o Brasil precisa intensificar o uso de novas tecnologias de motorização e de biocombustíveis, que são responsáveis pela descarbonização quando pegamos do berço ao túmulo e do poço à roda. E citou como exemplo a emissão de 242 milhões de toneladas de CO2 em 2023 – 166 milhões pelos veículos pesados e 76 milhões pelos leves. Em 2030 pode aumentar para 247 milhões – 168 milhões pelos veículos pesados e 79 milhões pelos leves –, chegando a 2040 a 256 milhões de toneladas – 175 milhões pelos pesados e 81 milhões pelos leves.

“Se houver a combinação de esforços entre novas tecnologias e aplicação de biocombustíveis poderemos ter uma redução de 32 milhões de toneladas de CO2 em 2040, sendo 4% para veículos pesados, que chegariam a 160 milhões de toneladas, e 15% para os leves, com 64 milhões de toneladas”, comparou Leite. “Nesses números não computamos a renovação de frota.”

O estudo da Anfavea foi entregue hoje ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. Segundo Leite, este estudo é uma grande contribuição do setor automotivo para Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que será realizada no Azerbaijão este ano e em Belém, no Pará, em 2025, e pode redirecionar e confirmar vários caminhos que o setor tem escolhido.

“A Anfavea junto com a BCG gastou mais de cinco mil horas para realizar a segunda fase deste estudo, que consumiu 13 meses para a sua elaboração – na primeira fase levou mais de quatro mil horas – e foram realizados três mil entrevistas com CEOs, executivos do setor, autoridades do governo, consumidores e frotistas. Contamos com a participação da China, Europa, Estados Unidos, América Latina e Índia”, disse Leite.

O presidente da Anfavea destacou que “o estudo demonstra o papel que o setor automotivo está desempenhando no desenvolvimento de tecnologias rumo à descarbonização, oferecendo soluções que não apenas atendem às necessidades de mobilidade, mas que também reforçam o compromisso em promover uma significativa redução das emissões de gases de efeito estufa, beneficiando a sociedade como um todo e as futuras gerações.”

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