O Grupo Botuverá, que atua na área de transportes, agricultura, pecuária e combustíveis, espera terminar 2024 sem avanços nos resultados. A empresa fechou o primeiro semestre com aumento de 5% no volume transportado, mas o desempenho ficou um pouco abaixo do esperado e menor do que em 2023.
“Os números de agosto indicam que vamos fechar 2024 com o mesmo valor do ano passado porque, além da quebra de safra no Mato Grosso, tivemos aumento de custo com o incremento de 10% na frota e o baixo retorno devido ao reajuste no preço do diesel e queda no valor do frete”, revelou o diretor executivo da empresa, Adelino Bissoni, em entrevista para o portal Transporte Moderno.
Neste ano, a empresa adquiriu 25 caminhões – 10 modelos Scania 6×2 450, 10 Scania Super 560 6×4 e cinco Volvo 540 6×4 – e ampliou a frota de 320 para 345 veículos pesados. Para suas operações de transporte, a empresa conta com modelos Mercedes-Benz 2651 6×4 e 2544 6×2; Scania 500 e 540 6×4 e Volvo 540 6×4, sendo 85% das versões 6×4 com carreta rodotrem.
“Estamos avaliando comprar novos caminhões, modelos 6×2, 6×4, caçamba, tanque e piso móvel, se tiver contrato fixo de frete por cinco anos”, comentou Bissoni.
Antes de definir as novas compras, a Botuverá está programando mais uma fase de testes com o caminhão Scania 6×4 a diesel com carreta rodotrem graneleiro. “O veículo vai rodar no asfalto e em trecho de terra, e a gestão da operação será realizada pela montadora”, comentou o diretor.
Profissionalização do setor de transporte
A Botuverá conseguiu aumentar o volume transportado neste ano com a demanda da indústria de etanol de milho e o farelo de milho ou sub produto do milho após extrair o álcool. “São contratos fixos para os 12 meses do ano”, destacou Bissoni.
Na avaliação do diretor, o setor de transportes está se profissionalizando rápido e acompanhando as mudanças do segmento agrícola. “Mas estamos preocupados com a falta de mão de obra tanto no setor agrícola, quanto no transporte, assim como a elevação do câmbio e a taxa de juros.”
Além do desafio com a falta de mão de obra, o diretor da Botuverá relatou as dificuldades nos pontos de descarga dos produtos, com agendamento muito longo no terminal da Rumo em Rondonópolis (MT) e nos portos do arco norte, que tem causado congestionamento e reduzindo a eficiência da empresa. “Estamos promovendo ações isoladas em relação à mão de obra, que é o grande desafio para continuar a crescer no mesmo ritmo que avança a produção agrícola”, comentou Bissoni.
A Botuverá atende as principais indústrias do país, por meio do serviço de frete terceirizado transportando grãos, fertilizantes e defensivos, pluma de algodão, açúcar, combustível, entre outros. Na área combustíveis, está presente tanto no segmento de revenda como no transporte.
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