Construção civil e agronegócio fazem o volume de frete rodoviário crescer 13,9%

Entre janeiro e junho de 2024, foram publicados mais de 4,8 milhões de fretes na plataforma Frete.com, que conta com 900 mil caminhoneiros cadastrados e 25 mil empresas assinantes

O volume de fretes rodoviários no Brasil registrou aumento de 13,9% no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme dados da Frete.com, plataforma online de transporte de cargas da América do Sul.

Redação

O volume de fretes rodoviários no Brasil registrou aumento de 13,9% no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme dados da Frete.com, plataforma online de transporte de cargas da América do Sul. Este crescimento surge após um primeiro trimestre mais modesto, com uma elevação de apenas 0,5%. Os dados são baseados no fluxo de informações da Frete.com, que conta com mais de 900 mil caminhoneiros cadastrados e 25 mil empresas assinantes. Os fretes publicados cobrem 99% do território nacional.

Entre janeiro e junho de 2024, foram publicados mais de 4,8 milhões de fretes na plataforma. A Frete.com observou crescimento em todos os setores analisados, com destaque para o agronegócio, a construção civil e produtos industrializados.

Setores em alta

O agronegócio, que experimentou um crescimento de 13,7%, foi particularmente impulsionado pela soja, que viu um aumento notável de 52,9% no volume de fretes. A oleaginosa representa 28% dos fretes do agronegócio na plataforma. Apesar das adversidades climáticas no Sul do país, as exportações de soja aumentaram 2,23% no primeiro semestre de 2024, atingindo 64,15 milhões de toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Os fretes de milho também cresceram 7,8%, refletindo uma colheita robusta, especialmente no Mato Grosso, principal produtor do grão. Por outro lado, os fretes de fertilizantes, que representam 18% dos fretes do agronegócio na Frete.com, caíram 3,8%. Isso segue uma tendência de queda nas importações de fertilizantes, que alcançaram 10,4 milhões de toneladas no período de janeiro a abril de 2024, o menor nível desde 2021, de acordo com a Agência Nacional para a Difusão do Adubo (Anda).

Segundo o CEO da Frete.com, Federico Vega, apesar dos problemas nas safras devido às fortes chuvas no início do ano, o agronegócio conseguiu impulsionar o volume de fretes no semestre. “A soja, em particular, movimenta uma quantidade significativa de fretes pelo Brasil.”

Construção civil e produtos industrializados

No setor de construção civil, o destaque foi para os fretes de cimento, que cresceram 34,1%, representando 62% dos fretes do setor na plataforma. Minas Gerais, o principal fornecedor de cimento, viu um aumento de 34,3% nos fretes do produto. O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) informou uma produção de 30,6 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, um crescimento de 1,2% em relação ao ano anterior. “Mesmo em um cenário econômico incerto, o setor de construção civil continuou a crescer e deve manter essa trajetória nos próximos meses,” comenta Vega.

Entre os produtos industrializados, os alimentos apresentaram um crescimento de 9,3%, enquanto máquinas e equipamentos aumentaram 7,8%. No entanto, a produção industrial registrou uma queda de 0,3% no semestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desempenho regional

Regionalmente, o Centro-Oeste liderou o crescimento com uma alta de 25,3%, seguido pelo Sudeste (15,6%), Sul (9,1%) e Nordeste (2,9%). O Mato Grosso do Sul teve o maior aumento, com 50,6%, enquanto o Rio Grande do Sul, afetado por inundações, viu uma queda de 2,3% no volume de fretes. Conforme o CEO da Frete.com, embora o Rio Grande do Sul esteja se reestruturando, outros estados continuam a crescer, com a soja e o milho impulsionando o aumento em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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