O Sudeste do Brasil continua a ser o epicentro dos roubos de carga. No primeiro semestre do ano a região registrando 80,6% do total de prejuízos. Esse índice mantém a tendência observada em 2023, quando o Sudeste também liderou as estatísticas com 82,8% dos casos de roubo. O Nordeste, em segundo lugar, representou 15,8% dos prejuízos, marcando um aumento significativo de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são do “Análise de Roubo de Cargas”, relatório anual da nstech, empresa de software para supply chain com atuação na América Latina.
Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais somaram, juntos, 81,4% dos prejuízos relacionados a roubos de carga. Estes três estados mantiveram suas posições de liderança em comparação ao primeiro semestre de 2023. O Maranhão, por outro lado, teve um salto notável, passando de 0,4% em 2023 para 7,5% em 2024, ocupando a quarta posição no ranking de prejuízos.
Padrões e períodos críticos
O relatório revela que as quintas-feiras (18,1%), segundas-feiras (17,3%) e sextas-feiras (16,8%) são os dias mais críticos para os roubos de carga. As madrugadas e noites destacam-se como os períodos mais problemáticos, representando 58,9% dos prejuízos. Em particular, as madrugadas concentraram 31,1% dos sinistros, uma alta considerável em relação aos 20% registrados no mesmo período de 2023. As noites, por sua vez, totalizam 27,8% dos prejuízos, com um aumento de 4,7% em comparação ao ano passado.
Tipos de Carga e áreas vulneráveis
O estudo aponta que cargas diversas e gêneros alimentícios são as mais visadas pelos criminosos. Cargas diversas/fracionadas foram responsáveis por 58,4% dos prejuízos, seguidas por gêneros alimentícios com 22,6%. Juntas, essas categorias representam 81% dos prejuízos, um aumento em relação aos 66,1% observados no mesmo período de 2023. Eletrônicos, com 9% dos prejuízos, foram a terceira categoria mais afetada, registrando uma alta de 4,9 pontos percentuais em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Os roubos ocorrem predominantemente em trechos urbanos, com destaque para a BR-116, que respondeu por 19% dos prejuízos com cargas diversas/fracionadas no primeiro semestre de 2024. Em 2023, a rodovia estava em segundo lugar com 6% das incidências. Entre as cidades, o Rio de Janeiro liderou com 9,6% dos registros de roubo, seguido por São Paulo com 6,5%. A rota RJ X RJ foi a mais vulnerável, com 10% dos valores sinistrados, seguida por SP X SP (8,2%) e SC X SP (7,2%).
LEIA MAIS
Mais de 40% dos caminhoneiros brasileiros já foram vítimas de roubo de carga, diz pesquisa
Roubo de carga: comércio eletrônico se torna um dos principais alvos das quadrilhas