Transporte Moderno – Recentemente, a JSL anunciou um novo ciclo de crescimento que inclui avanços
significativos. Conte um pouco mais sobre essa estratégia e como ela se alinha com os objetivos da empresa.
Ramon Alcaraz – Desde o IPO (Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial), a JSL tem se destacado em sua estratégia de crescimento. O mercado de logística é altamente fragmentado, oferecendo amplas oportunidades de consolidação e expansão. Nos três anos e meio desde o IPO, triplicamos de tamanho ao saltarmos de uma receita anual de R$ 3,5 bilhões para R$ 10 bilhões, o que consolidou a nossa posição como a maior empresa de logística do Brasil. Nossa visão para o futuro é a seguinte: se mantivermos o ritmo de crescimento, podemos alcançar R$ 16 bilhões de receita organicamente nos próximos três anos. Com aquisições estratégicas, esse número pode chegar a R$ 21 bilhões em seis anos.
Transporte Moderno – O que gera esse potencial de crescimento?
Ramon Alcaraz – Esse potencial de crescimento é impulsionado pelo fato de que, apesar de sermos a maior empresa do setor, temos apenas 2% do market share. Isso evidencia as enormes possibilidades de expansão em um mercado ainda muito fragmentado. Se vamos atingir essas metas ou não, só o tempo dirá. No entanto, nosso desempenho até agora e o vasto potencial do mercado mostram que estamos no caminho certo para continuarmos crescendo.
Transporte Moderno – E quanto ao e-commerce? Qual é a estratégia da JSL nesse setor?
Ramon Alcaraz – Independentemente de estarmos ou não no e-commerce, nós nos beneficiamos dele porque a JSL faz a cadeia toda, sem dúvidas participamos de uma forma ou de outra. Nós não participávamos diretamente porque entendíamos que a última milha, ou seja, o last mile tem uma característica que não possibilita empresas como a JSL entrarem de forma rentável. Mas por meio da
FSJ, que foi a última aquisição que fizemos, estamos explorando o middle mile – abastecimento dos armazéns maiores para armazéns mais próximos – um negócio interessante que conversa com o que fazemos e tem potencial de rentabilidade, tanto que a FSJ tem crescido bastante e a própria JSL tem entrado nesse mercado. Assim, nos aproximamos mais da última milha.
Transporte Moderno – Então, as próximas aquisições da JSL focarão em empresas do middle mile? O que vocês planejam para aquisições neste ano?
Ramon Alcaraz – Não necessariamente. A JSL tem uma estratégia de aquisição peculiar, nós não somos um fundo de investimentos com objetivo de apenas comprar empresas. Nós não temos estratégia, a aquisição pode ocorrer se algumas características que, somadas, surgirem como oportunidades.
Transporte Moderno – E quais seriam essas características?
Ramon Alcaraz – Em primeiro lugar precisa ser uma empresa com faturamento médio, bem gerida e com grande potencial de crescimento. Apreciamos fazer aquisições com preço justo para que os vendedores façam um bom negócio, ou seja, uma companhia com capacidade de crescimento e que esteja precisando de uma injeção financeira para que esse potencial se aflore. Pagamos pela empresa de hoje apostando no crescimento de amanhã.
Transporte Moderno – Além de observar o potencial dessas empresas, há uma análise sobre os
segmentos em que atuam?
Ramon Alcaraz – Analisamos segmentos com potencial de crescimento que complementam nosso negócio, onde a JSL ainda não está presente ou tem uma presença limitada, com o objetivo de diversificar nosso portfólio. Essa é a nossa estratégia de aquisição e não precisa ser necessariamente e-commerce. O middle mile, por exemplo, tem rentabilidade e é uma área que nos interessa.
Transporte Moderno – Há alguma negociação de aquisição em andamento?
Ramon Alcaraz – Temos uma área específica para M&A (Mergers and Acquisitions, ou Fusões e Aquisições), que fica embaixo da holding Simpar e, nessa diretoria, há um pipeline ativo, ou seja, projetos em andamento, onde passam diversas empresas. Desde o IPO, esse pipeline é ativo, esquenta e esfria. Nesse momento, existem negociações em andamento,se serão efetivadas ou não, isso dependerá de diversos fatores.
Leia a entrevista completa na edição 521 da Transporte Moderno. Acesse o link