Sonia Moraes
A indústria de autopeças fechou o primeiro semestre de 2024 com déficit de US$ 6,2 bilhões, que representou aumento de 22,2% sobre o mesmo período do ano passado, quando a balança comercial registrou saldo negativo de US$ 5,0 bilhões, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
A explicação para o aumento do déficit no acumulado de janeiro a junho deste ano deve-se ao ritmo maior das importações, que atingiram US$ 9,9 bilhões com avanço de 3,5% sobre o primeiro semestre de 2023, quando as compras externas das empresas atingiram US$ 9,5 bilhões.
Em junho as importações de US$ 1,59 bilhão foi 6,2% inferior a maio deste ano (US$ 1,70 bilhão), mas superou em 4,7% o mesmo mês do ano anterior, quando as aquisições de autopeças no exterior atingiram US$ 1,52 bilhão.
A movimentação das exportações foi mais lenta e atingiram US$ 3,73 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que representou uma redução expressiva de 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quanto alcançaram US$ 4,52 bilhões.
Em junho a exportação de US$ 554,5 milhões ficou 18,2% abaixo de maio deste ano (US$ 677,9 milhões) e teve queda de 25,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando totalizou US$ 743,4 milhões.
O Sindipeças argumenta em seu relatório que as dificuldades econômicas enfrentadas no cenário argentino, a retração das vendas automotivas em mercados latino-americanos, que resultaram em queda de 44% das vendas para Colômbia, e paralisações na alfandega brasileira continuam impactando o desempenho geral do setor de autopeças.
Importações
Nas importações o Sindipeças destaca que a China se mantém como um dos principais parceiros comerciais das fabricantes de autopeças entre os 165 países e registrou de janeiro a junho US$ 1,71 bilhão, 15,8% a mais que nos seis meses de 2023, e a participação foi 17,3% nas compras totais das empresas, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 1,07 bilhão, retração de 9,0% em relação ao janeiro a junho do ano passado e 10,9% de participação.
A Alemanha teve 9,4% de representatividade, com o total de US$ 933,2 milhões, 2,1% inferior aos seis meses de 2023. O Japão, que aparece em quarto lugar no ranking, teve 8,2% de participação, com US$ 816,8 milhões, 1% a mais do que no mesmo período do ano anterior, e o México, quinto lugar, assegurou 7,3% de participação, com US$ 723,6 milhões, o mesmo valor de janeiro a junho de 2023.
O Sindipeças ressalta que, embora os volumes sejam pequenos, houve um crescimento das compras provenientes do Leste Europeu. Na Romenia os US$ 105,1 milhões foi 15,9% maior do que no primeiro semestre de 2023. Na República Tcheca o aumento foi de 16,7%, com US$ 107,1 milhões, e na Polônia a importação de US$ 112,8 milhões foi 28,3% maior do que nos seis meses de 2023.
Exportações
Nas exportações destinadas para 196 países no primeiro semestre deste ano, a Argentina se manteve-se como principal parceiro comercial do setor, com 32,7% de participação nas compras do Brasil, mas o montante de US$ 1,22 bilhão, foi 25,7% inferior ao registrado no mesmo período de 2023, quanto atingiu (US$ 1,64 bilhão).
Os Estados Unidos continuam em segundo lugar no ranking de compras do Brasil com US$ 665,07 milhões, que garantiu 17,8% de participação, mas foi 2,8% inferior ao primeiro semestre do ano passado.
Na sequência aparece o México, que absorveu US$ 453,4 milhões, 1,8% superior ao mesmo período do ano passado, ficando com 12,1% do total, e a Alemanha, que teve 5,5% de participação, com US$ 205,3 milhões, queda de 40% sobre janeiro a junho de 2023.
O Chile aparece em quinto lugar, com US$ 105,9 milhões, aumento de 10,6% em relação aos seis meses de 2023 e 2,8% de participação nas compras de componentes, segundo o Sindipeças.
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