Aline Feltrin
Em janeiro, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) havia projetado crescimento de 10% nas vendas de caminhões para este ano ano, contudo, agora, a perspectiva é que os emplacamentos cresçam 12%. Em 2023, os transportadores brasileiros compraram 104.155 caminhões e, neste ano, até dezembro, os novos contratos de compra e venda deverão somar 116.654.
O diretor executivo da Fenabrave, Marcelo Franciulli, diz que o avanço das vendas se apoia principalmente na necessidade de renovação da frota por parte das empresas de transporte, mas também há o fator de maior liberação de crédito para financiamento. “É um crescimento natural que acompanha o desempenho do PIB, contudo estamos trabalhando forte para um programa de renovação de frota no país, o que fomentará mais as vendas.”
Segundo a economista e sócia-diretora da consultoria MB Associados, Tereza Fernandez, além do agronegócio, os setores de construção civil e mineração serão os puxadores do crescimento de vendas no segundo semestre. “Podemos acrescentar também as áreas de petróleo e gás. Haverá demanda da área de comércio, mas bem pouco.”
Desempenho do semestre
As boas perspectivas também se sustentam por causa do desempenho verificado no primeiro semestre do ano, quando as vendas de caminhões somaram 55.457 unidades, o que representa avanço de 10,20% sobre o mesmo período do ano passado, quando o país emplacou 50.325 caminhões.
Quando analisado o resultado mensal de junho, o cenário também é de crescimento. Conforme os números da Fenabrave, as concessionárias venderam 9.663 caminhões, alta, portanto, de 25,31% sobre as 7.711 unidades emplacadas no mesmo mês do ano passado.
Conforme a Fenabrave, o aumento dos pedidos deve-se ao fim do ciclo do efeito Euro 6. “O mercado voltou a comprar caminhões zero-quilômetro”, diz o presidente da entidade, José Maurício Andreta Júnior. Outro impulsionador do semestre foi a safra de grãos.
Implementos rodoviários
Os dirigentes da Fenabrave acreditam que o setor de implementos terá um desempenho de vendas similar ao que ocorrerá com caminhões no segundo semestre. Contudo, a projeção de crescimento continua em 10%. Ou seja, o volume chegará a 99.296 vendas, sendo 9 mil unidades a mais do que o ano passado. No primeiro semestre, as concessionárias venderam 44.683 implementos rodoviários, alta de 6,07% sobre as 42.126 unidades emplacadas no ano passado.
Segundo a entidade, em outubro será feita uma nova revisão para as projeções de vendas. Um dos fatores que poderá contribuir para a variação será o impacto das enchentes do Rio Grande do Sul.
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