Após enchentes no RS, setor de consórcio de caminhões reduz expectativa de crescimento

A tragédia é um dos principais motivos para a projeção mais tímida de crescimento de novas cotas que, no início do ano, era de 15%. Agora, a estimativa de expansão gira em torno de 5% a 10%

As boas expectativas de crescimento em novos contratos de consórcio de caminhões estão um pouco mais tímidas em função das enchentes no Rio Grande do Sul. Essa é a avaliação do presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC), Paulo Rossi, compartilhada com o portal Transporte Moderno. Conforme o executivo, prestes a completar um mês, a tragédia é um dos principais motivos para a projeção mais tímida de crescimento de novas cotas que, no início do ano, era de 15%. Agora, a estimativa de expansão gira em torno de 5% a 10%.

Aline Feltrin

As boas expectativas de crescimento em novos contratos de consórcio de caminhões estão um pouco mais tímidas em função das enchentes no Rio Grande do Sul. Essa é a avaliação do presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC), Paulo Rossi, compartilhada com o portal Transporte Moderno. Conforme o executivo, prestes a completar um mês, a tragédia é um dos principais motivos da projeção mais tímida para o avanço de novas cotas em 2024 que, no início do ano, era de 15%. Agora, a estimativa de expansão gira em torno de 5% a 10%.

O Rio Grande do Sul é estratégico para as administradoras de consórcio. Segundo estimativas do presidente da ABAC, em 2023 o estado representou 9,3% de todos os participantes ativos no sistema de consórcios de caminhões e correspondeu a 7,4% de todas as vendas de novas cotas. “É uma região que consideramos importante, sobretudo, no agronegócio.”

Outros fatores que poderão diminuir as vendas de novas cotas, segundo o executivo, são: a desaceleração do consumo, os altos estoques de grãos, a desvalorização da soja e do milho, a redução das exportações e a menor safra. “Devemos considerar que o setor do agronegócio vem enfrentando diversos desafios, como condições climáticas adversas, inundações no Rio Grande do Sul, seca em outras regiões e altas temperaturas, afetando as áreas de cultivo”.  Rossi relembra que, inicialmente, previa-se uma colheita de 217 milhões de toneladas, mas essa estimativa já foi revisada para 195 milhões. Questões como essas, segundo ele, frequentemente impactam o setor e a produção de máquinas agrícolas.

Mesmo assim, Rossi diz que a modalidade de consórcio não sente os impactos como o financiamento porque exige planejamento no longo prazo. “A principal vantagem do consórcio é que o consumidor está focado no futuro. Ele pode continuar investindo com o objetivo de melhorar suas condições”, diz. Segundo o presidente da ABAC, no Rio Grande do Sul muitas empresas estão adquirindo cotas de consórcio para comprar caminhões novos ou seminovos nos próximos anos.

Redução de janeiro a maio

Os dados da ABAC mostram que as vendas de novas cotas para caminhões de janeiro a maio somaram 110,24 mil unidades, uma retração de 13,1%. Contudo, houve aumento no número de participantes ativos no período. São 806,41 mil, crescimento de 18,3% sobre a base do ano passado, com 681,75 mil integrantes. “É possível que em junho haja um impacto mais direto devido às condições no Rio Grande do Sul, incluindo a colheita e a perda de safra. No entanto, não é possível afirmar se será pior do que maio”, finaliza. Até o fechamento desta reportagem, a ABAC não havia divulgado os dados deste mês.

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Mauro Andrade, gerente de vendas do Consórcio Iveco: “Há uma tendência de busca pelo consórcio devido ao custo financeiro mais baixo. O perfil dos clientes tem evoluído, com pequenos e médios empresários optando por essa modalidade devido às dificuldades de acesso ao crédito”

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