Compagas investe R$ 505 milhões para inserir biometano na rede de gás

O plano é válido para o período de 2024 a 2029 e inclui também o desenvolvimento de corredores sustentáveis com abastecimento via gás natural e biometano

A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) anunciou o investimento de R$ 505 milhões nos próximos cinco anos, entre 2024 a 2029, para a inserção do biometano na rede de gás canalizado na cidade do Paraná e o desenvolvimento de corredores sustentáveis com abastecimento via gás natural e biometano. A ação inclui também projetos para a expansão da atuação da companhia em outras regiões do estado, em especial os municípios de Londrina, Maringá e Lapa.

A Compagas informou que os investimentos fazem parte do novo contrato de concessão da companhia, que passa a valer a partir de julho e que define metas para o aumento da oferta de gás natural e biometano e o atendimento de novas regiões no Paraná para os próximos 30 anos.

Geração de biogás e biometano

Maior produtor de proteína animal do Brasil, o Paraná também sai na frente na geração de biogás e biometano. Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o estado tem 426 plantas instaladas, 67% de todas as usinas da região Sul.

O CEO da Compagas,Rafael Lamastra Junior, explicou que um dos planos da companhia é chegar a 15% da participação do biometano no volume de distribuição da companhia até 2026. “Acreditamos que este novo investimento fará com que o Paraná avance ainda mais no segmento de energia e infraestrutura”, afirmou. “O gás natural continua sendo uma fonte importante, mas a inclusão do biometano traz uma pegada mais sustentável para atender as demandas ambientais e dos nossos clientes e também as metas de ESG da empresa”.

O primeiro contrato da Compagas para fornecimento de biometano para inserção na rede de distribuição de gás no Paraná foi assinado com a empresa H2A, que vai fornecer 20 mil metros cúbicos por dia a partir de julho de 2025. A parceria viabiliza a construção de uma usina em Carambeí, nos Campos Gerais, para a produção do gás renovável em uma cadeia circular, a partir de dejetos do polo leiteiro.

A parceria com a H2A faz parte do plano de expansão da Compagas, que prevê novos contratos de biometano nos próximos meses. Os 15% previstos para a distribuição até 2026 correspondem a cerca de 100 mil metros cúbicos por dia de gás renovável. “O objetivo é integrar a rede de distribuição às principais áreas produtoras de biometano, para viabilizar o escoamento do combustível renovável por meio de dutos, ampliando a capacidade de expansão da utilização do gás renovável”, destacou Lamastra.

A Compagas vem trabalhando nos últimos meses para o desenvolvimento de fornecedores de biometano para injeção do gás renovável em suas redes de distribuição. Desde 2023, a empresa já abriu duas chamadas públicas para a aquisição do combustível.

Corredor sustentável

Outro anúncio feito pela Compagas foi o início das operações da primeira rota do corredor sustentável do Paraná, conectando os municípios de Londrina e Paranaguá. Ao todo são 11 postos de abastecimento com GNV (gás natural veicular) e biometano para fornecimento aos veículos leves e pesados. 

Lamastra vê a implementação desse primeiro corredor como um marco do projeto, refletindo o progresso na transformação da matriz energética do estado no setor de transportes. “A estratégia da Compagas é ampliar a oferta de gás natural e biometano para veículos pesados, especialmente caminhões e ônibus, de forma que eles consigam percorrer todo o estado, transitar entre outras regiões e escoar a produção para o Porto de Paranaguá utilizando combustíveis mais limpos e sustentáveis, colaborando para a redução dos gases poluentes na atmosfera”, afirmou.

O projeto começou em 2020 na Compagas, com a identificação das principais vias de transporte do estado e dos locais estratégicos para a introdução do gás na matriz energética. A iniciativa proporciona a integração das principais rotas rodoviárias do estado com o Porto de Paranaguá para o escoamento da produção agrícola e do transporte rodoviário de cargas para a exportação de alimentos e da agroindústria, além da conexão com as regiões Sul e Sudeste.

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