Sonia Moraes
A indústria de autopeças mantém o saldo negativo na balança comercial ao fechar o acumulado de janeiro a maio com déficit de US$ 5,1 bilhões, 20,2% superior ao mesmo período do ano passado, quando atingiu US$ 4,3 bilhões. Em maio o déficit de US$ 1 bilhão foi 17,5% maior que em igual mês de 2023 (US$ 871,6 milhões), segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
A justificativa para o déficit nos cinco meses deste ano está na movimentação maior das importações que avançaram 3,2% em relação a igual período do ano anterior, com o total de US$ 8,3 bilhões, enquanto as exportações continuam em declínio. Em maio, as aquisições de autopeças no exterior somaram US$ 1,70 bilhão, queda de 3,6% sobre o mesmo mês do ano anterior (US$ 1,76 bilhão).
As exportações de autopeças totalizaram US$ 3,2 bilhões no período de janeiro a maio de 2024, com diminuição de 15,9% em relação ao mesmo período do ano anterior (US$ 3,8 bilhões). Em maio houve redução das vendas ao exterior em 24,1%, totalizando US$ 677,9 milhões ante os US$ 893,4 milhões do mesmo mês do ano anterior.
O presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad, havia comentado em entrevista para a Transporte Moderno que vários fatores podem justificar o aumento das importações. “Destaco alguns: a mudança na arquitetura dos veículos mais comercializados no país atualmente, como é o caso dos SUV. E, em razão da busca das montadoras pelo aumento do ticket médio dos veículos, surgiu a necessidade de maior volume de conteúdo importado.”
Exportações
Nas exportações destinadas para 192 países de janeiro a maio deste ano, a Argentina principal parceiro comercial do setor apresentou queda de 23,3% nas compras do Brasil, com US$ 1,04 bilhão, em relação ao mesmo período do ano passado e ficou com 32,8% de participação, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 564,8 milhões, 1,6% abaixo dos cinco meses de 2023 e 17,7% de participação.
Na sequência aparece o México, que absorveu US$ 389,8 milhões, 7% superior ao mesmo período do ano passado, ficando com 12,2% do total, e a Alemanha, que teve 5,4% de participação, com US$ 173,1 milhões, queda de 39,1% sobre janeiro a maio de 2023.
O Chile aparece em quinto lugar, com US$ 92,9 milhões, aumento de 11,3% em relação aos cinco meses de 2023 e 2,9% de participação nas compras de componentes, segundo o Sindipeças.
Importação
No total de componentes importados de 159 países de janeiro a maio deste ano, a China se mantém em destaque com US$ 1,41 bilhão, 15% a mais que nos cinco meses de 2023, e a participação foi 17,1% nas compras totais das empresas, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 898,9 milhões, retração de 7,9% em relação ao janeiro a maio do ano passado e 10,8% de participação.
A Alemanha teve 9,4% de representatividade, com o total de US$ 783,8 milhões, 4,3% inferior aos cinco meses de 2023. O Japão, que aparece em quarto lugar no ranking, teve 8,3% de participação, com US$ 693,4 milhões, 1,8% a mais do que no mesmo período do ano anterior, e o México, quinto lugar, assegurou 7,1% de participação, com US$ 590 milhões, 7,0% inferior a janeiro e maio de 2023.
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