Sonia Moraes, de Valinhos (SP)
A Eaton lançou sua nova plataforma de transmissões automatizadas para veículos comerciais rodoviários, urbanos, vocacionais e ônibus. A nova linha Advantor foi desenvolvida pela equipe de engenharia do Brasil e possibilita de 10% a 20% de economia de combustível, dependendo da aplicação, quando comparada com as transmissões manuais e automáticas.
A nova geração de transmissões automatizadas possui 70% de conteúdo nacional e chegará ao mercado nos próximos anos em três versões: Advantor 6 (de seis velocidades e 700 Nm de torque), para caminhões leves e micro-ônibus, Advantor 8 (de oito velocidades e 1.300 Nm de torque), para ônibus médios (urbano, escolar, rural e fretamento) e a Adavantor 10 (de 10 velocidades e 1.300 Nm de torque), para caminhões médios e semipesados.
“É uma transmissão automatizada simples, com menor complexidade de peças, e, além de ser mais robusta, sua manutenção é facilitada, tornando o atendimento na área de serviços mais eficiente. E ainda teremos conjuntos de reparo que ajudarão na redução do custo de manutenção”, explicou Sérgio Kramer, diretor geral da unidade de negócios de veículos comerciais e fora-de-estrada do Grupo Mobility América do Sul, durante o Eaton Experience 2024, evento realizado na fábrica de Valinhos, no interior de São Paulo.
“Mais uma vez damos um largo passo rumo ao futuro e às soluções automatizadas, que entregam mais eficiência, durabilidade, segurança e conforto para aplicação em veículos comerciais. O desenvolvimento da linha Advantor foi conduzido com o conhecimento profundo dos engenheiros do nosso Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Brasil, considerando as características e necessidades do mercado automotivo do nosso país”, disse Antonio Galvão, presidente do Grupo Mobility e corporativo da América do Sul.
Mais tecnologia e economia
A nova linha Advantor foi desenvolvida sobre uma base mecânica já existente que reforça os benefícios das transmissões automatizadas e conta com assistente de partida em rampa, auto neutro e modo manobra, que reduzem o cansaço com a constante troca de marchas das aplicações urbanas. “Fizemos um mapeamento junto com um frotista no caminhão de coleta de lixo equipado com caixa automática e notamos uma economia de combustível de 20%. Em relação a caixa manual, a redução no consumo chegou a 10% ”, disse Kramer.
A nova unidade de controle eletrônico possui mais memória, maior velocidade, Serviços de Diagnóstico Unificado (UDS) disponíveis em todas as versões, além de estar preparada para as demandas futuras de segurança cibernética, segurança funcional e ser compatível com todas as aplicações em veículos híbridos e elétricos.
Investimentos
O desenvolvimento da nova transmissão automatizada absorveu parte do investimento total de R$ 800 milhões feito pela Eaton desde 2020. Desse montante, R$ 600 milhões foram direcionados para modernização das fábricas, introdução dos conceitos da indústria 4.0 e desenvolvimento de novos produtos. Os R$ 200 milhões restantes foram alocados em pesquisa e desenvolvimento, com uma parte significativa destinada à criação desta nova linha. “É um montante significativo, e a empresa pretende continuar a investir na região”, afirmou o presidente, enfatizando que as fábricas no Brasil têm sido as mais favorecidas com os recursos financeiros da matriz.
“A nova família Advantor é um lançamento global, e o Brasil é primeira região a conhecer o produto, mas pretendemos lançar em outras regiões, como a Ásia e a Europa. No entanto, vamos primeiro consolidá-lo no mercado nacional”, destacou Galvão.
Boas perspectivas com o Mover
A Eaton acredita que 2024 será um ano bom para o mercado de caminhões e ônibus. “Tivemos um apagão com a chegada do Euro 6, que causou lentidão no consumo de inventários e agora está começando a se normalizar. Acreditamos que esse bom momento deverá continuar”, disse Kramer.
O presidente da Eaton acrescentou que a aprovação do programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) traz boas perspectivas para o setor automotivo. “O recurso que será destinado para pesquisa e desenvolvimento é um dos pilares mais importantes. Tenho expectativa que haverá crescimento da engenharia no Brasil com a nova política industrial.”
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