Sonia Moraes
Os bancos de montadoras liberaram no primeiro trimestre deste ano R$ 60,3 bilhões para o financiamento de veículos, montante 28,2% superior aos R$ 47,07 bilhões disponibilizados no mesmo período de 2023. Desde total, R$ 60,08 bilhões foram absorvidos pelo Crédito Direto ao Consumidor (CDC) e R$ 274 milhões pelos contratos de Leasing, segundo informou a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). A carteira de veículos atingiu R$ 431,3 bilhões nos três primeiros meses de 2024, com crescimento de 13,1% sobre o primeiro trimestre de 2023, quando o saldo chegou a R$ 381,2 bilhões.
A Anef informa que ainda não é possível saber se o corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, chegando a 10,50% ao ano, anunciada recentemente pelo Copom (Comitê de Política Monetária), terá efeito prático no setor de automóveis. “Mas as constantes reduções nos juros, desde o ano passado, têm se mostrado favoráveis ao setor.”
Como resultado das alterações, a taxa de juros caiu menos de um ponto percentual e a inadimplência, acima de 90 dias para pessoa física, teve uma leve diminuição, cerca de 0,7 pontos percentuais, indo de 6,1%, para 5,4%. Já para pessoa jurídica permanece praticamente estável em 3,2%, se comparado com os três primeiros meses de 2023.
Escoamento de vendas
Segundo a Anef, o Finame aumentou a participação nos contratos de veículos pesados (caminhões e ônibus) em cinco pontos percentuais, de 31% nos três primeiros meses de 2023 para 36% neste ano, o financiamento por meio do CDC reduziu de 41% para 34% e o Leasing (incluindo o Finame Leasing) aumento de 23% para 25% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. As negociações à vista permaneceram com 5% de representatividade.
O volume financiado de veículos de passeio e comerciais leves aumentou de 40% para 45%, entre janeiro e março de 2024. No contraponto, as vendas à vista caíram de 55% para 50%. “Percebemos uma confiança maior do consumidor em financiar um veículo, ainda que se esperasse um corte maior na taxa de juros”, diz Paulo Noman, presidente da Anef.
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