FPT vai avançar em vendas de motores a gás para montadoras, diz o novo presidente da empresa

Em entrevista ao portal Transporte Moderno nesta quinta-feira (2), Carlos Tavares revelou que há negociações em andamento com outras montadoras, além da Iveco para quem a FPT já fornece motores a gás no Brasil

Aline Feltrin

O executivo Carlos Tavares acaba de assumir a cadeira da presidência da FPT Industrial, braço de powertrain do Iveco Group. Ele, que antes respondia pela diretoria da comercial da Iveco no Brasil, substitui Marco Rangel, que estava na posição desde 2015. O executivo tem pela frente um forte compromisso em promover as soluções de descarbonização da FPT para o Brasil e países da América Latina. Em entrevista ao portal Transporte Moderno nesta quinta-feira (2), Tavares revelou que avançar em vendas de motores a gás para caminhões ocupa uma posição importante na lista de prioridades à frente do novo cargo. Para isso, a FPT aposta em duas frentes de negócios: a venda de motores para montadoras interessadas na tecnologia e a solução, batizada de “repower”, cuja proposta é substituir motores a diesel da frota circulante por movidos a gás.

Conforme Tavares, há conversas avançadas com outras montadoras, além da Iveco para quem a FPT já fornece motores a gás no Brasil. “Temos trabalhado com outros fabricantes de caminhões os nossos motores a gás. Temos acordo de confidencialidade entre as partes, por isso, neste momento não podemos revelar quem são essas empresas”, adiantou.

De acordo com o presidente da FPT, essas montadoras querem participar porque está muito claro o benefício que se tem ao rodar com um caminhão a gás e o crescente interesse dos operadores logísticos.

Até o momento há 40 caminhões Iveco S-Way a gás rodando no país e que pertencem à empresa Cetric, de Santa Catarina. O executivo revelou também que há uma negociação em fechamento para unidades de caminhões a gás com a transportadora Maroni.
Divulgação: FPT

Seja como for, até o momento há 40 caminhões Iveco S-Way a gás rodando no país e que pertencem à empresa Cetric, de Santa Catarina. O executivo revelou também que há uma negociação em fechamento para unidades de caminhões a gás com a transportadora Maroni. “Está em processo de conclusão pela Iveco.”

Potencial para 5 mil caminhões

Ele afirma ainda que há conversas com diversos outros clientes. Na visão do executivo, o potencial de vendas para caminhões a gás no Brasil é de aproximadamente 5 mil caminhões. Mas alerta: “esse potencial existe, contudo, resta saber se os operadores logísticos vão conseguir repassar parte do valor que precisaram desembolsar para investir no caminhão.  “Eles vão ter um custo mais baixo do combustível? Como essa matemática vai funcionar para quem não produz o próprio gás?”, reflete.

O presidente da FPT afirma que o caminhão a gás tem mais componentes e tem um custo de produção maior e mais injetores. Por isso é um caminhão 15% mais caro que um a diesel similar.

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