Aline Feltrin
O futuro bem-sucedido da descarbonização do transporte depende de um planejamento cuidadoso por parte dos operadores logísticos e transportadores. Essa é a visão de Rafael Fanchini, CEO da Verda, especializada em auxiliar empresas do setor a se organizarem rumo à redução de emissões de poluentes. O executivo foi um dos palestrantes do evento Programa de Inovação, Estratégia e Gestão Empresarial realizado nesta sexta-feira (26) na sede do Sindicato das Empresas de Transportes e Cargas de Campinas e Região (Sindicamp).
Com uma trajetória de 19 anos, o tema do encontro desta vez foi o futuro sustentável e como obter vantagens com a descarbonização do setor.
Seja como for, o executivo da Verda afirmou também que a jornada rumo à descarbonização é longa, e, quanto mais cedo as empresas começarem, melhor preparadas estarão para enfrentá-la. “Além disso, há um diferencial competitivo crucial em jogo: os clientes já estão solicitando, ou em breve solicitarão, medidas sustentáveis”, disse.
Conforme Fanchini, se os transportadores puderem oferecer soluções antes mesmo de serem demandadas, estará à frente do jogo. “Ignorar essas demandas pode resultar em problemas significativos para o seu negócio”, disse.
Compreensão do contexto
A diretora de responsabilidade social e ambiental da Kairos Carbon, Alanna Wilcek, reforçou a importância de as empresas conhecerem profundamente as operações, identificar os pontos de estrangulamento e compreender o contexto operacional. “A descarbonização vai além de simplesmente adotar práticas sustentáveis. E fundamental garantir que as operações permaneçam eficientes e rentáveis.”
Allana enfatizou ainda que, além das iniciativas sociais, é essencial manter a saúde financeira da empresa. “Para isso, o planejamento estratégico deve incluir análises detalhadas e estudos aprofundados.” Conforme a executiva, essa abordagem integrada assegura que a transição para uma operação mais sustentável seja bem-sucedida, garantindo não apenas benefícios ambientais, mas também econômicos e sociais.
Ferramentas para controlar as emissões
O gerente sênior de Marketing da Mercedes-Benz, Marcos Andrade, acredita que, em uma visão de longo prazo, a tendência é que o país caminhe em direção a uma mistura de combustíveis menos poluentes, incluindo biocombustíveis como biodiesel e sintéticos produzidos em laboratório. “Esses combustíveis sintéticos, com composição semelhante ao diesel convencional, oferecem estabilidade e representam uma importante alternativa para as operações”, disse.
Na visão de Andrade ferramentas simples e disponíveis para controlar as emissões de dóxido de carbono (CO2) são essenciais para se preparar para a jornada de sustentabilidade. Contudo, o executivo chama a atenção para a evolução já verificada com a frota atual. “Um caminhão Euro 6, por exemplo, emite a mesma quantidade de material particulado que dois veículos Euro 5, ou 134 veículos Euro 0. Essa mudança evidencia uma evolução significativa e desmistifica a ideia de que caminhões são vilões ambientais”, concluiu.