Exportações de autopeças têm queda de 15,2% no 1° trimestre

Mesmo com pequeno crescimento, as importações superaram os embarques para o exterior, o que resultou em um déficit de US$ 2,9 bilhões, 13,8% superior ao mesmo período de 2023

Sonia Moraes

A indústria de autopeças fechou o primeiro trimestre de 2024 com redução de 15,2% nas exportações, com o embarque de US$ 1,82 bilhão, ante os US$ 2,15 bilhões exportados no mesmo período de 2023. O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) atribuiu essa queda expressiva nos embarques das empresas à crise na Argentina e a desaceleração do mercado automotivo em países vizinhos, que têm afetado as transações comerciais.

Em março, as exportações de US$ 650,7 milhões foi 6,3% superior aos US$ 611,9 milhões exportados em fevereiro deste ano, mas em relação a março de 2023 (US$ 797,2 milhões) a retração foi de 18,4%.

As importações totalizaram US$ 4,75 bilhões nos três primeiros meses deste ano, avanço de 0,6% sobre o mesmo período do ano anterior (US$ 4,72 bilhões). Em março, a importação de US$ 1,77 bilhão representou aumento de 31% sobre fevereiro deste ano (US$ 1,35 bilhão), mas ficou 1,9% abaixo de março de 2023, quando totalizou US$ 1,80 bilhão. Mesmo com o pequeno crescimento, as importações superaram as exportações no primeiro trimestre de 2024, o que resultou em um déficit de US$ 2,93 bilhões, 13,8% superior aos US$ 2,57 bilhões registrados em igual período de 2023, segundo o Sindipeças.

Principais destinos

Nas exportações destinadas para 181 países no primeiro trimestre deste ano o destaque foi a Argentina, com US$ 599,8 milhões, 20% inferior ao mesmo período de 2023 e a participação foi de 32,9%, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 317,8 milhões, 7,3% abaixo dos três primeiros meses de 2023 e 17,4% de participação.
Na sequência aparece o México, que absorveu US$ 223,4 milhões, 5,8% superior ao mesmo período do ano passado, ficando com 12,2% do total, e a Alemanha, que teve 5,9% de participação, com US$ 106,8 milhões, queda de 32,2% sobre janeiro a março de 2023.

A Colômbia aparece em quinto lugar, com US$ 58,1 milhões, redução de 33,2% sobre o primeiro trimestre de 2023 e 3,2% de participação nas compras de componentes, segundo o Sindipeças.

Importações

No total de componentes importados de 126 países no primeiro trimestre de 2024, a China se destacou com US$ 863,4 milhões, 18,8% a mais que no acumulado de janeiro a março de 2023, e a participação foi 18,1% nas compras totais das empresas, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 519,7 milhões, retração de 5,1% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e 10,9% de participação. A Alemanha teve 9,2% de representatividade, com o total de US$ 439,5 milhões, 13,1% inferior aos três primeiros meses de 2023. O Japão, que aparece em quarto lugar no ranking, teve 8,3% de participação, com US$ 393,8 milhões, 3,1% a mais do que no mesmo período do ano anterior, e o México, quinto lugar, assegurou 7% de participação, com US$ 332,6 milhões, 10,9% inferior a janeiro e março de 2023.

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