Venda de caminhões diminui no 1° trimestre, mas a perspectiva é de retomada

Apesar da queda registrada no trimestre, a Fenabrave, que representa as concessionárias de veículos no Brasil, mantém a projeção de 10% de crescimento das vendas de caminhões em 2024

Aline Feltrin

A venda de caminhões no Brasil encerrou o primeiro trimestre de 2024 com queda de 5,61%. Conforme os números divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), na manhã desta quarta-feira (3), de janeiro a março foram vendidos 25.897 caminhões. Ou seja, 1.540 a menos na comparação com o mesmo período de 2023.

No entanto, o desempenho de vendas em março ficou acima do que o registrado no mesmo mês do ano passado. Segundo os números da Fenabrave, no mês foram emplacados 9.701 caminhões, alta, portanto, de 3,36% sobre as 9.386 vendas do ano passado.

O presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, analisa que o setor de caminhões já superou o efeito do Euro 6 nas vendas. “O mercado já absorveu e acreditamos em um desempenho mais favorável para a venda de caminhões nesse ano”, disse. Segundo estimativas da Fenabrave, os emplacamentos devem aumentar 10% neste ano. “O que projetamos está ocorrendo, o ano começou bem e teremos um cenário ainda mais positivo no segundo semestre.”

A economista e sócia-diretora da consultoria MB Associados, Tereza Fernandez, disse ao portal da Transporte Moderno que o cenário de queda de juros e o aumento da oferta de crédito irão favorecer o ambiente de novos negócios para a compra de veículos. “No acumulado dos 12 meses observamos aumento de 15,5% na aprovação de créditos”, analisou.

A economista afirmou ainda que o crescimento nas vendas de caminhões neste ano não dependerá somente do agronegócio. De acordo com Tereza, será mais pulverizado, com outros setores puxando a demanda. “O consumo das famílias, por exemplo, irá aumentar. Isso exigirá mais da logística.”

Implementos rodoviários

O desempenho de vendas de implementos rodoviários no primeiro trimestre foi melhor do que para caminhões. Segundo dados da Fenabrave, nos três primeiros meses do ano o Brasil emplacou 22.115 unidades, alta de 5,85% sobre as 20.892 unidades do ano passado. Por outro lado, o desempenho isolado no mês de março foi negativo, com 7.559 emplacamentos, queda de 9,89%.

“A queda na comparação com março de 2023 está relacionada à diferença de dias úteis (20, em 2024, contra 23, em 2023), não significando mudança conjuntural do segmento, que deve encerrar o ano com resultados positivos”, afirmou o presidente da entidade.

Caminho da Escola puxa vendas de ônibus

O mercado de ônibus também apresentou demanda mais fraca no primeiro trimestre. De acordo com números da Fenabrave, nos três primeiros meses do ano foram vendidos 5.317 ônibus, queda de 27,93% sobre as 7.378 unidades emplacadas em igual período do ano passado.

O desempenho mensal também ficou abaixo das expectativas, com 2.046 unidades vendidas, queda de 30,34% sobre março do ano passado. Seja como for, o presidente da Fenabrave reiterou que a demanda por ônibus no país continua a ser impulsionada pelo Programa Caminho da Escola, cuja licitação atual envolve 16 mil unidades.

Andreta disse ainda que o ano deverá ser positivo para o setor. “Os governos, que são grandes compradores desse tipo de veículo, estão com licitações já realizadas para a renovação da frota de ônibus”, finaliza.

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