Sonia Moraes
A Transpanorama Transportes, uma das empresas do Grupo G10 Transportes, mantém boas expectativas para seus negócios em 2024, mas com ressalvas. Em entrevista exclusiva ao portal da Transporte Moderno, o diretor da empresa, Claudio Adamuccio, pondera que, para um ano efetivamente bom, será necessário equilíbrio nos preços das commodities e do combustível, além de investimentos em infraestrutura, economia estabilizada e uma regulação justa para diversos temas, como, por exemplo, preço do frete, normas trabalhistas e utilização de alguns veículos em determinados horários
O diretor da Transpanorama ressalta que os desafios são contínuos para o transporte de cargas no país que enfrenta, sobretudo, problemas com a infraestrutura nas rodovias. “Além disso, a nossa economia precisa se estabilizar. Especificamente no agronegócio, temos o preço de commodities, como a soja e milho, abaixo do esperado, afetando toda a cadeia”, diz Adamuccio.
Ele alerta para o fato de que para manter a qualidade do serviço neste segmento, mesmo diante de tantas adversidades, é preciso ter pessoas e tecnologia alinhadas com o propósito de atender o cliente com segurança e excelência.
“O fato de atuar em várias frentes no transporte de cargas faz com que a Transpanorama consiga manter o bom ritmo de atividades. “A demanda sempre existe e tem se mantido, mas ainda é cedo para falar de aumento”, comenta.
Adamuccio enfatiza que o Brasil é um país agro, que puxa toda a economia e mesmo o que não é produzido no campo tem interferência da agricultura. “É esperado que o agro impulsione o serviço de transporte, mas com o cenário atual é difícil isso acontecer. Vamos esperar o segundo semestre.”
Desafios no agronegócio
Adamuccio atribui o momento difícil ao período de baixa que o segmento agrícola está passando. “A soja era para estar saindo a todo vapor, mas por causa de custos e preços do produto, as comercializações estão bem lentas, automaticamente temos impactos na movimentação e comercialização dos fertilizantes e defensivos agrícolas.
Mas esperamos melhora no mercado, quando estiver mais próximo da colheita do milho, quando o produtor precisará escoar a soja para liberar espaço nos armazéns”, afirma o diretor. Ele revela que existe uma expectativa muito boa para a safra de açúcar para este ano, pois os preços estão favoráveis para exportação e as comercializações acontecem de forma acelerada.
Bons frutos em 2023
Conforme o executivo, os resultados da Transpanorama em 2023 foram satisfatórios, de acordo com a meta planejada pela empresa. “Fizemos investimentos saudáveis em frota, em tecnologia e em pessoas. Avançamos na pluralidade das nossas operações e na parceria com clientes alinhados à nossa cultura”, revela o diretor.
Adamuccio ressalta que o resultado precisa ser analisado a partir de várias vertentes. “Em 2023, nós consolidamos como referência no transporte de cargas, mantivemos a nossa posição entre as maiores transportadoras do Brasil, fazendo o transporte de cargas com segurança, excelência e tecnologia.”
No ano passado, a Transpanorama investiu em sistema, no desenvolvimento de pessoas e na renovação da frota. De acordo com a empresa, houve a aquisição de 312 caminhões, sendo 208 da Scania, modelos R450, R500 e R560, e 104 Mercedes-Benz, modelos Actros, Atego e Axor. Todos os veículos já foram entregues.
Caminhões a gás e elétricos
A frota da transportadora é composta por 1.300 conjuntos de caminhões, com idade média de 3,6 anos. “A renovação de frota da Transpanorama é uma estratégia contínua. Para selar aquisições em 2024, precisamos entender como o mercado vai se comportar. O cenário futuro não é dos mais positivos para o agronegócio, por isso, precisamos analisar”, afirma o diretor da empresa.
Adamuccio revela que, à medida que for possível, pretende incluir caminhões a gás ou elétrico na frota. “A empresa tem olhado com atenção para as novas tecnologias, levando em conta o meio ambiente e o custo-benefício.”
Grupo G10
A Transpanorama Transportes faz parte do G10, que é a segunda maior empresa no ramo de transporte rodoviário de cargas no Brasil. Nascido da união de empresários no ano 2.000, o Grupo G10, com sede em Maringá, no Paraná, tem outras empresas de transportes, como a Cordiolli, Falleiro, Rodofaixa e a VMH.
Além da sede matriz, o G10 possui pátios de triagem e 280 unidades, em todas as regiões do Brasil. A empresa tem 4.500 colaboradores e transporta para toda a cadeia do agronegócio, líquidos e industrializados.