Déficit da indústria de autopeças atinge US$ 1,9 bilhão no primeiro bimestre

As importações somaram US$ 3,02 bilhões de janeiro a fevereiro, 3,4% superior ao mesmo período de 2023, e as exportações totalizaram US$ 1,17 bilhão, queda de 13,3% sobre o mesmo período do ano anterior

Sonia Moraes

A indústria de autopeças fechou o primeiro bimestre de 2024 com déficit de US$ 1,9 bilhão, 17,8% superior ao mesmo período do ano anterior, quando o saldo da balança comercial ficou negativo em US$ 1,56 bilhão, conforme mostra o relatório divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Em fevereiro de 2024 o déficit de US$ 739,87 milhões ficou 22,9% acima dos US$ 602,05 milhões registrados no mesmo mês de 2023, mas diminuiu 33,3% em relação ao US$ 1,10 bilhão registrado em janeiro de 2024.

Segundo o Sindipeças, esse saldo negativo é consequência do movimento maior das importações, que atingiram US$ 3,02 bilhões no acumulado de janeiro a fevereiro de 2024, com aumento de 3,4% em relação aos US$ 2,92 bilhões registrados no mesmo período de 2023.

Em fevereiro as importações somaram US$ 1,35 bilhão, com redução de 19,1% em relação ao US$ 1,67 bilhão registrado em janeiro de 2024 e 1,6% inferior ao mesmo mês de 2023, quando totalizou US$ 1,37 bilhão.
As exportações acumularam US$ 1,17 bilhão de janeiro a fevereiro de 2024, queda de 13,3% em comparação com o mesmo período de 2023, quando atingiu US$ 1,35 bilhão. No comparativo mensal as exportações de US$ 611,9 milhões registradas em fevereiro de 2024 ficou 8,9% acima de janeiro deste ano (US$ 561,7 milhões) e 20,7% abaixo do mesmo mês do ano passado (US$ 771,9 milhões).

O Sindipeças esclarece que a crise econômica na Argentina, evidenciada pela forte restrição cambial, tem particularmente afetado as relações com os parceiros comerciais.

Importações

As importações provenientes de 132 países mostram que a dependência da China permanece elevada, com o total de US$ 559,4 milhões registrados de janeiro a fevereiro deste ano, 18,3% superior ao mesmo período de 2023 e representou 185% do total das compras realizadas no exterior. Na sequência está os Estados Unidos, com US$ 331,07 milhões, 2% acima do primeiro bimestre de 2023 e 11% de participação. Do Japão foram importados US$ 296,9 milhões de autopeças, 29,8% a mais que janeiro e fevereiro de 2023 e 9,8% de participação.

A Alemanha teve 9,3% de representatividade, com o total de US$ 282,1 milhões, 12,3% inferior ao primeiro bimestre do ano passado. O México, que aparece em quinto lugar no ranking, teve 6,9% de participação, com US$ 208,2 milhões, 8,4% inferior a janeiro e fevereiro de 2023.

Exportações

Nas exportações a Argentina se manteve como principal parceiro nas relações comerciais automotivas entre os 163 mercados que os componentes foram exportados no acumulado de janeiro a fevereiro de 2024, tendo 31,1% de participação com o total de US$ 364,8 milhões, 19,4% inferior ao primeiro bimestre de 2023.

Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com US$ 212,3 milhões, 0,4% inferior ao acumulado de janeiro a fevereiro de 2023 e 18,1% de participação, seguido pelo México que garantiu US$ 142,3 milhões, 3,3% a mais que no primeiro bimestre de 2023 e a participação foi de 12,1%.

A Alemanha teve 6,4% de participação nas exportações, com US$ 75,2 milhões, 18,3% inferior a janeiro e fevereiro de 2023 e a Colômbia, que a aparece em quinto lugar, teve 3,1% de representatividade nas exportações de autopeças, com US$ 36,4 milhões, redução de 28% sobre o primeiro bimestre do ano passado.

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