O mercado de implementos rodoviários continua apresentando cenário positivo, principalmente no segundo semestre, puxado pelos reboques e semirreboques (linha pesada). A afirmação é do vice-presidente do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), Alexandre Dorival Gazzi.
Segundo Gazzi, a redução na taxa de juros somada ao recorde de safra impulsionou a procura por implementos rodoviários. Mesmo com redução na demanda de caminhões, muito influenciada pela entrada no mercado da tecnologia Euro 6, a expectativa é que o mercado emplaque 150 mil implementos, ante 135 mil previstos no início do ano.
De janeiro a outubro, foram emplacados mais de 125 mil implementos. O destaque está na linha de basculantes do segmento de semirreboques. Tal produto é destaque no mercado pela sua versatilidade no agronegócio, principalmente nas combinações veiculares de carga de 74/ton para longas distâncias (modal típico no mercado nacional e que traz grande competitividade aos transportadores).
Outro destaque que movimenta os negócios de semirreboques no Brasil é o 4º eixo, que tem a preferência de muitos transportadores, por trazer ganhos de carga transportada quando comparado a produtos similares.
Das mais de 125 mil unidades emplacadas de janeiro a outubro, 74.821 unidades são da linha pesada e 50.266 unidades da linha leve. “Comparando o mesmo período à 2022, temos um crescimento de 8,4% na linha pesada e queda de 16,1% na linha leve”, completa.
O vice-presidente do Simefre ressalta que para a maioria dos países latino-americanos o cenário foi desfavorável em função da alta taxa de juros locais e da desvalorização da moeda. Países como Chile, Peru e Colômbia tiveram baixa demanda por pesados.
A Argentina segue com cenário de alta inflação, desvalorização da moeda local e bloqueio das importações para controle de reservas. A África segue com economia altamente dependente do petróleo e sofre uma “invasão” de chineses e turcos no mercado de implementos.
Por fim, o que trouxe fôlego aos mercados externos e garantem cenário para 2023 similar ao ano de 2022, foram as exportações para a América do Norte. O cenário de exportação em 2023 tem números acumulados até outubro, de 4.784 unidades. Número 5,8% maior que o mesmo período em 2022.
Para 2024, as expectativas são positivas e estima-se um mercado similar à 2023, em função de fatores positivos que já estão sendo sinalizados, tais como a queda na taxa de juros, a segunda maior safra de grãos da história, a 3ª edição do PAC e a movimentação de negócios em função da Fenatran 2024. Entre os fatores que poderão prejudicar o setor em 2024, Gazzi destaca o aumento dos custos operacionais (diesel) e uma possível estiagem em regiões específicas.