Sonia Moraes, de Itupeva (SP)
A Scania completa o portfólio da linha Super Euro 6 com o lançamento dos caminhões XT para operações fora de estrada: mineração, cana-de-açúcar, florestal e construção. Os novos caminhões passaram por várias alterações para torná-los mais leves, mais robustos e garantir maior produtividade com menor custo total de operação.
A principal mudança está na caixa de transmissão que teve aumento de capacidade de torque em 210 toneladas e passa a equipar toda a linha de caminhões fora de estrada da marca. Os novos caminhões contam também com dois freios, o CRB (freio de liberação de compressão, que chegou com a linha Super em 2022) e o auxiliar hidráulico retarder. Juntos garantem maior capacidade de frenagem e mais segurança na operação e esses itens agora são de série.
“A nova caixa de câmbio chega para deixar o caminhão mais rápido e robusto. Sua sessão planetária reforçada (Heavy Planetary), de modelos G25CH e G33CH, tem carcaça produzida em alumínio, o que reduz o seu peso em até 80 quilos comparado à geração anterior. Estamos lançando as linhas que vão proporcionar a maior produtividade do mercado com o menor custo por tonelada produzida,” destacou Marcelo Gallao, diretor de desenvolvimento de negócios da Scania operações comerciais Brasil, durante o evento de apresentação dos veículos em Itupeva, no interior de São Paulo.
Com os ajustes feitos para melhorar o desempenho nas operações fora de estrada, os novos caminhões tiveram aumento no intervalo de manutenção de 500 para 750 horas. “Isso dá uma economia de quase uma frota de 10 caminhões”, comparou Gallao.
Para o segmento de mineração, a Scania está lançando o XT Heavy Tipper Super em três versões: 460 G 6×4 e G 560 8×4, ambos com motor de 13 litros, e o R 660 V8 10×4 com motor de 16 litros.
No setor canavieiro e florestal, o destaque é o modelo 560 G 6×4 XT Super, e para o setor de construção é o 460 G 6×4 XT Super. O modelo G 560 6×4 XT, de 560 cavalos, substituiu o 540 cv da geração Euro 5. Tem motor 13 litros equipado com sistema de injeção XPI e caixa de câmbio G33CH. É o caminhão de maior capacidade de arranque em aclives e menor rotação em velocidade de cruzeiro, segundo a Scania. A capacidade máxima de tração (CMT) chega a 150 toneladas.
Para destacar a tradição da Scania no segmento fora de estrada, Gallao lembrou o lançamento do primeiro caminhão 8×4 em 1999, um modelo rodoviário adaptado para operações no segmento de construção e mineração. Citou o modelo 10×4 apresentado em 2007 e a primeira linha 100% off-road com a chegada da Euro 5, entre 2011 e 2012. “Agora estamos lançando a nova linha Super XT fora de estrada”, comentou o diretor.
Perspectivas para 2024-
E as perspectivas da Scania são positivas para o mercado fora de estrada em 2024. A empresa já tem pedidos de mil caminhões off-road em carteira para o primeiro semestre de 2024, um volume recorde para a marca. Entre eles, 115 são do novo 560 G 8×4 XT Heavy Tipper Super para a mineração. “Desse total, 70% são da linha Super, levando em conta todos os segmentos fora de estrada, e as aplicações já lançadas em 2022”, disse Fabricio Vieira, gerente de vendas de soluções off-road da Scania operações comerciais Brasil.
Os modelos que irão puxar as vendas em 2024, segundo Vieira, são o 560 G 8×4 XT Heavy Tipper Super (mineração), 560 G 6×4 XT Super (canavieiro), 560 G 6×4 XT Super (madeireiro) e 460 G 6×4 XT Super (construção).
Paulo Moraes, vice-presidente de vendas e marketing da Scania para a América Latina, comentou que a escolha do Brasil para concentrar a produção dos caminhões off-road é uma decisão global da companhia por causa das condições de validação. “O Brasil é o maior mercado da Scania no mundo que concentra todas as operações off-road e o mais representantivo é mineração”, destacou Vieira.
Os caminhões da linha Super para o transporte de cana e madeira custam partir de R$ 1 milhão e o modelo Super 8×4 para mineração custa a partir R$ 1,3 milhão.
Previsão para 2023
A Scania projeta fechar 2023 com 1,5 mil caminhões fora de estrada vendidos, do total de 4,5 mil veículos pesados que serão comercializados neste segmento, o que garantirá 33% de market share para a empresa. Do total que serão entregues pela Scania, cerca de 600 veículos são da linha Super lançada no ano passado para operações de cana e madeira.
No segmento de veículos pesados para mineração, a empresa está fechando 2023 com 35% de market share. No segmento de transporte de cana a participação atingirá 46,50%, no florestal a fatia neste ano ficará em torno de 20%, mas a empresa está confiante em aumentar para 35% em 2024.
Outra aposta da empresa está no segmento de construção, cujo investimento em obras de infraestrutura ficaram muito aquém do previsto, e há perspectiva de crescimento com as obras do PAC. “Neste segmento o market share da Scania é de apenas 5% por conta de muitos caminhões leves e pequenos usados em obras de construção urbana”, explicou Vieira.