Sonia Moraes
Os bancos de montadoras liberaram R$ 151,3 bilhões de recursos de janeiro a setembro de 2023, valor 4,6% maior do que no mesmo período do ano anterior, quando foram disponibilizados R$ 144,7 bilhões para o financiamento de veículos, segundo informou a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
“O resultado se deve em parte aos estímulos do governo para o setor, ocorrido em junho, e com reflexos ainda para o mês de julho, mas muito também devido às campanhas de incentivo feitas pelas montadoras e pelos seus respectivos bancos”, revela Paulo Noman, presidente da Anef.
O saldo total das carteiras de veículos atingiu R$ 401,7 bilhões, 10,7% superior aos R$ 362,8 bilhões registrados no mesmo período de 2022, mantendo o ritmo de crescimento dos seis primeiros meses do ano.
Das modalidades de financiamento oferecidas pelos bancos das montadoras, o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) mantém a liderança nos nove meses deste ano com R$ 399,4 bilhões, 10,8% a mais se comparado com o mesmo período de 2022. O Leasing teve um decréscimo de 4,2%, em relação ao ano passado, de R$ 2,4 bilhões para R$ 2,3 bilhões.
A participação de financiamentos nas transações dos bancos até setembro foi de 41%, pequena elevação em relação aos 32% registrados nos nove meses de 2022. As vendas à vista continuam em um patamar elevado, porém demonstraram uma pequena queda, 55% ante 64%, e o consórcio se manteve em 4%.
“Os números representam uma melhora na procura por financiamento de veículos, o que mostra que o consumidor brasileiro está mais confiante com a economia. Mas o momento ainda requer cautela para uma análise mais profunda”, afirma Noman.
As vendas de caminhões e ônibus mantiveram o resultado próximo ao de 2022. O Finame aumentou três pontos percentuais neste ano, alcançando 32%, e os financiamentos por meio do CDC subiram dois pontos percentuais, atingindo 39%. A inadimplência acima de 90 dias está em 5,3% para financiamentos por meio de CDC e 1,8% por meio de Leasing, para pessoa física.
Para Noman, o veto do governo aos bens móveis no Marco Legal das Garantias, que previa a retomada de um veículo por falta de pagamento sem ordem judicial, seria importante para baixar o custo das instituições financeiras. “Com a recuperação do bem mais rápido, em caso de inadimplência, os custos de financiamento diminuiriam e mais pessoas teriam acesso ao crédito”, afirma o presidente da Anef.