Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em outubro, os emplacamentos de veículos, considerando todos os segmentos, tiveram alta de quase 7% em relação a setembro. O resultado, que foi 18,4% superior ao registrado em outubro do ano passado, faz com que, no acumulado dos dez primeiros meses de 2023, o setor apresente crescimento de mais de 13%. A exceção foi o segmento de caminhões que ainda apresenta números negativos no acumulado do ano e na comparação com outubro de 2022.
“O dia útil a mais, em outubro, favoreceu o desempenho de quase todos os segmentos automotivos, que se mantiveram estáveis, acumulando crescimento dentro das expectativas da Fenabrave. Para caminhões, no entanto, o saldo continuou negativo, pois esse segmento ainda sofre com o preço da troca da tecnologia para o Euro 6 e com o crédito muito seletivo”, argumenta o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr.
Em outubro deste ano, os emplacamentos de caminhões tiveram queda de 13,45% em relação ao mesmo mês de 2022. Na comparação com o mês anterior (setembro), houve aumento de 8,43% em outubro. Já no acumulado do ano, a retração é de 17, 11%.
“Os caminhões ainda sofrem severa retração no acumulado, fruto das altas taxas de jutos, seletividade no crédito, para financiamentos, e preço do Euro 6. A troca de tecnologia vem se consolidando e podemos dizer que o Euro 6 já compõe 50% das aquisições deste ano. Contudo, é importante ressaltar que o preço desses veículos é mais elevado, na comparação com os da tecnologia anterior, o que faz o transportador ficar reticente em relação à sua compra, pois o frete não acompanhou essa evolução”, revela Andreta Jr.
Também os caminhões elétricos sofreram queda de 44,92% no acumulado deste ano, passando de 610 unidades emplacadas em 2022, para 336 até outubro deste ano.
Implementos–
Com preço mais acessível do que os caminhões Euro 6, os implementos rodoviários têm sido a opção dos transportadores para a renovação parcial de sua frota, principalmente, os chamados bitrens, voltados a caminhões extrapesados. Com isso, ao contrário da retração inicial esperada, o segmento vem apresentando sucessivas altas em 2023. “Os transportadores têm adquirido novos implementos para acoplar nos chamados cavalos (caminhões) que ainda estão em condições de uso. Muitas vezes, um mesmo caminhão pode utilizar até dois implementos, pois, enquanto um descarrega a mercadoria, outro carrega nova carga para transportar”, explica Andreta Jr.
Segundo o presidente da Fenabrave, o pico dos emplacamentos dos implementos rodoviários aconteceu em 2021 e, no ano passado, as vendas retraíram. “Isso explica o grande salto deste ano, em comparação com o ano passado, que foi um momento de acomodação para este segmento”, explica Andreta Jr.