Sonia Moraes, de Curitiba
A Volvo Financial Service (VFS), divisão financeira do grupo Volvo, completa 30 anos de atuação no mercado brasileiro com resultados expressivos. A carteira de clientes ativos, que em 2021 era de R$ 12,5 bilhões, saltou para R$ 22 bilhões até agosto de 2023, e os novos financiamentos atingiram R$ 4,8 bilhões mesmo com as dificuldades para negociar os contratos com as altas taxas de juros.
Com esse resultado, a VFS destaca o Brasil como a segunda maior operação, tendo 15% de representatividade no volume global, quase o total de toda a América do Sul que é de 17%. “Isso é um motivo de orgulho para a instituição que vem crescendo muito rápido”, disse Carlos Ribeiro, presidente da Volvo Financial Service América do Sul.
O salto na carteira de ativos em 2023, segundo Ribeiro, foi decorrente de uma conjunção de fatores positivos, como o aumento da penetração nos negócios, o reajuste no preço dos caminhões para compensar a alta da inflação e o aumento do market share da marca no mercado de caminhões.
No Brasil, a maior fatia de financiamento está no segmento de caminhões, com 87% de representatividade nos negócios. Máquinas e equipamentos têm 8% de participação, e ônibus 5%. Do total financiado pelo banco, 55% foi por meio do CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e 45% pelo Finame.
“Havia um equilíbrio entre as duas modalidades com 50% cada uma. Agora o CDC está mais forte mesmo com os juros altos por causa da transação mais rápida para liberar o crédito, enquanto no Finame o cliente tem dificuldade para validar a documentação”, explicou Ribeiro.
O objetivo do banco, segundo Ribeiro, é financiar 40% de tudo que a Volvo vende no Brasil. “Em 2022 financiamos 38% – foi um ano bom, com recorde no Brasil, e de grande competição no segmento – e em 2023, ano mais difícil para a liberação de crédito, que está mais restritivo, estamos conseguindo maior participação. Nos últimos seis meses, a média de participação nos negócios da Volvo no Brasil foi de 46,5%. Em setembro, chegamos a 48,5%. É um número muito forte para um banco de fábrica e chegamos a esses números sem subsídios, mas com trabalho duro da fábrica”, destacou o presidente da VFS.
Para alcançar o bom desempenho neste ano e manter o ritmo de crescimento, a instituição fez aportes para aumento de capital de R$ 850 milhões em menos de dois anos. Foram R$ 600 milhões em 2022 e mais R$ 250 milhões neste ano.
Ribeiro comentou que desde a pandemia o índice de inadimplência está abaixo de 1%. “O índice aceitável e de 3% e em setembro fechamos com 1,45%. “É um índice muito baixo para um ano ainda difícil”, destacou.