A ABC Cargas, transportadora com sede em São Bernardo do Campo (SP), concentra grande parte das suas atividades nas malhas internacionais, o que traz muitos desafios à empresa. Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas, destaca os principais contratempos para atuar nos países vizinhos.
“Quem realiza operações principalmente pela Argentina, pelo Chile e pelo Peru encontra dificuldades: além das burocracias e dificuldades administrativas, há as questões climáticas adversas, como tempestades de neve, que afetam a operação como um todo”, comenta.
Nesta época do ano, entre o outono e o inverno, as más condições climáticas encontradas nas estradas afetam as operações. Recentemente, a passagem Los Libertadores, na fronteira Argentina-Chile, apresentou um deslizamento de terra que obstruiu a via e a interditou por sete dias. Danilo Guedes conta que ,neste caso em específico de deslizamento de terra ocasionado pela chuva excessiva no Chile, a ABC Cargas manteve comunicação eficiente com as autoridades competentes e com seus parceiros comerciais para os informar sobre a situação e encontrar soluções.
“Existem outras rotas e passos fronteiriços habilitados para chegar em Santiago. Contudo, isso requer um planejamento antecipado e combinado com os clientes, porque, além de aumentar o tempo de viagem, há um aumento significativo de custos”, pondera.
Para casos assim, a empresa tem proporcionado uma preparação maior a seus motoristas para uma condução segura contra chuvas intensas, neblina, neve e gelo, incluindo a manutenção de distâncias seguras, ajuste adequado da velocidade, uso adequado dos freios e direção cautelosa diante das complicações climáticas.
“Nossos motoristas são orientados para interpretar essas sinalizações e sobre como agir conforme as instruções fornecidas. Eles recebem orientações claras sobre os procedimentos a serem seguidos em casos de emergência, como acidentes, condições de estradas bloqueadas devido a deslizamentos de terra ou condições climáticas extremas”, salienta Guedes.
Segundo o executivo, são muitos os obstáculos que envolvem a infraestrutura nas rodovias internacionais. Esse foi um dos motivos pelos quais o Mercosul surgiu para promover a integração econômica e fortalecer as relações comerciais entre seus países membros.
Guedes acredita que os países precisam ter uma melhor conectividade e trazer a iniciativa privada e entidades de classe para “sentar à mesa”, firmando acordos, como regras de pesos e dimensões, infraestrutura e regras aduaneiras.
“Um ponto que preocupa muito é o tempo que se perde nas fronteiras, a burocracia, a ineficiência e as exigências. Sem mudar isso, é impossível pensar em melhorar as operações de comércio internacional. Mas isso não depende só do Brasil: é necessário um compromisso mútuo e esforços coordenados entre os envolvidos para promover a integração e desenvolver uma infraestrutura logística melhor”, diz o executivo.