Transporte Moderno – Qual a importância do ESG para a Log-In?
Pascoal Gomes – Atualmente, atender uma agenda mais sustentável tem sido fundamental para o desenvolvimento das empresas. Na Log-In, o cenário não é diferente, uma vez que a companhia tem sido pioneira em ações relacionadas às práticas ESG (Meio Ambiente, Social e de Governança), considerando todos os pilares dessa agenda. Desta forma, a empresa tem desenvolvido inúmeras iniciativas em todas as frentes de negócios, a fim de fornecer ganhos sustentáveis tanto para o setor de transportes, bem como à sociedade como um todo. Para se ter uma ideia, no último ano, foi registrada a redução de 10% na intensidade de emissões de Gases do Efeito Estufa por TEU transportado nos navios da Log-In e 26%, em comparação a 2021, o que reforça o seu compromisso com a descarbonização e com ações sustentáveis no setor.
Transporte Moderno – Quais as principais ações da empresa nessa área?
Pascoal Gomes – Na área ambiental, a Log-In destaca-se pelas medidas preventivas para a redução da emissão de gases poluentes em todos os setores da empresa, seja navegação, terminais e transporte rodoviário. De acordo com o Inventário de Emissões, em conformidade com o selo ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, foi registrada a redução de 6,7% nas emissões diretas e uma diminuição de 10,3% na intensidade de emissões de GEE por TEU transportado pelas empresas da Log-In, se comparado a 2021.
No âmbito social, são inúmeras as iniciativas desenvolvidas pela Log-In nos últimos anos, desde as ações voltadas aos colaboradores, ou até mesmo, para a comunidade no entorno das operações companhia. Adicionalmente, com a renovação do Ciclo de Gente, por exemplo, foi possível estruturar o Mapa de Sucessão da Log-In, que permitiu a promoção de 359 colaboradores desde 2019. Além disso, a companhia recebeu novamente a certificação pelo Great Place to Work (GPTW), com nota 87 – oito pontos acima do título de 2021.
Os projetos de diversidade e inclusão também merecem destaque. Na extensa lista de projetos da empresa, estão: Programa Primeira Geração, voltado para o desenvolvimento profissional de recém-formados, sendo estes os primeiros de suas famílias com curso superior; Programa Incluir, para promover mais qualidade e produtividade na gestão dos profissionais com deficiência física (PCDs); Programa Jovem Aprendiz, que, em 2022, foi reformulado em parceria com a ONG Gerando Falcões.
Ainda na área de diversidade, a companhia também realizou programas voltados para estimular a presença feminina no setor, além de desenvolver suas habilidades por meio das iniciativas Mulheres na Operação (projeto que ficou em 2º lugar no Prêmio ANTAQ de 2022), Projeto Navegar, Mulheres do Mar e Capacitar. A Log-In também conta com o Comunidade a Bordo (CAB), que visa colaborar para o desenvolvimento social dos bairros do entorno do Terminal de Vila Velha (TVV), no Espírito Santo. Por fim, na esfera de governança, a empresa tem adotado ações que passam pelo escopo do manual de conduta ética da companhia. Diante disso, todos os colaboradores receberam um treinamento com as diretrizes do novo Manual de Conduta e do Programa de Integridade, além de um treinamento específico sobre a Lei Anticorrupção na Unilog-In.
Transporte Moderno – Por que a cabotagem é considerada um modal mais sustentável?
Pascoal Gomes – O caráter sustentável do transporte por navegação deve-se principalmente pela baixa emissão de gases poluentes na atmosfera. Para se ter uma ideia, a cabotagem pode chegar a reduzir em até 80% a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) frente ao mesmo volume de carga transportada pelo modal rodoviário. Esse aspecto de eficiência energética da navegação tem sido um fator decisivo para atrair novos clientes do modal rodoviário e convertê-los para a cabotagem, além de contribuir de modo efetivo para a descarbonização na logística.
Transporte Moderno – Como reduzir os impactos ambientais nos terminais portuários?
Pascoal Gomes – Assim como em toda cadeia logística da Log-In, a atenção sustentável nos terminais tem se voltado para o controle de gases poluentes e para o tratamento de resíduos. Para isso, é preciso ter, ao lado, um plano sólido que garanta a manutenção de máquinas e equipamentos, assegurando o funcionamento e o controle de emissões poluentes, assim como um processo definido para tratamento e reciclagem de resíduos perigosos ou não. Sendo assim, para que os terminais possam seguir uma agenda ESG e manter o seu desenvolvimento, é crucial a aplicação de medidas que tornem a matriz energética mais sustentável e o uso de fontes de energia renováveis.
Transporte Moderno – Na sua avaliação, o Brasil tem avançado em direção a uma logística mais sustentável?
Pascoal Gomes – A adoção da agenda ESG tem sido uma pauta cada vez mais inerente no segmento logístico, tendo em vista as atuais necessidades de mercado no que tange a redução de poluição na atmosfera e a adoção de práticas que promovam o bem-estar social e corporativo. No Brasil, já é possível observar que mais de 70% das empresas incluem práticas ESG como estratégias de negócios, conforme estudo realizado pela KPMG. Isso indica um panorama positivo para o setor, que tem buscado estar alinhado com as principais diretrizes associadas à transparência, equidade, prestação de contas (accountability) e responsabilidade corporativa. Consequentemente, essas companhias poderão ter melhor desempenho nos negócios, maior competitividade a longo prazo, além de construir uma cadeia logística mais aderente aos valores da empresa. Dessa forma, não apenas a companhia em si sai ganhando, mas também são gerados benefícios a todo o setor logístico.
Transporte Moderno – Como as empresas do setor podem contribuir para acelerar esse processo?
Pascoal Gomes – Diante as atuais necessidades do mercado, é imprescindível que as organizações do setor desenvolvam planos consistentes de ESG que atendam todos os pilares da agenda. Sendo assim, novas iniciativas serão fomentadas com intuito de promover uma matriz energética mais eficiente, reduções na emissão de GEE, uso de energias renováveis, além de programas de desenvolvimento e capacitação de colaboradores, inclusão de minorias no escopo das equipes, sobretudo nos cargos de liderança. Cabe ainda a criação de programas específicos para as comunidades locais, mostrando que mais do que promover ganhos à empresa, é importante contribuir para o crescimento do seu entorno. Além de, é claro, estar atento às principais movimentações que garantam um ambiente de trabalho ético e confortável para toda a equipe. Isso tudo contribui para a expansão de negócios e maior eficiência nas operações logísticas como um todo. Na Log-In, observa-se que a partir dessas práticas, é possível gerar consequências positivas para o meio-ambiente, a sociedade e todas as pessoas ligadas diretamente ou indiretamente à companhia.