O estado Paraná está ampliando o projeto de corredor azul para garantir o abastecimento de caminhões movidos a gás natural veicular (GNV). O primeiro posto está sendo construído na Parada Vendrami, na BR-376, no Distrito Industrial de Ponta Grossa e a expectativa é de que o posto inicie o atendimento no último trimestre deste ano. O segundo posto deverá ser implantando em Maringá e o terceiro em Paranaguá.
Além da localização, outra vantagem do posto de Ponta Grossa é que ele terá infraestrutura para fornecer gás natural comprimido (GNC). Com isso, a unidade se tornará um ponto de distribuição do produto para outros postos de combustíveis e indústrias da região. “Postos de GNV são encontrados nas cidades, mas são inviáveis para caminhões, porque o abastecimento de frota pesada exige uma outra capacidade. É preciso que os equipamentos proporcionem uma pressão e uma vazão maiores. O compressor deve ser mais potente para agilizar o abastecimento. Nas rodovias ainda são poucos assim”, observa Vinicius Vendrami Malucelli, um dos sócios da Parada Vendrami.
O novo posto terá capacidade para abastecer caminhões e veículos menores simultaneamente em um tempo equivalente ao diesel. Além disto, em um mesmo local os clientes encontrarão todas as opções de abastecimento e uma infraestrutura ampla para sua alimentação e descanso.
O projeto corredor azul foi lançado em 2020 pela Companhia Paranaense de Gás (Compagas), empresa de economia mista do estado do Paraná responsável pela distribuição de gás natural no território estadual. Segundo Fábio Eduardo Morgado, diretor técnico-comercial da companhia, o posto da Parada Vendrami tem especificidades que impulsionam o projeto, ao ampliar o alcance do gás natural pelo estado.
“A Parada Vendrami é considerada o primeiro posto projetado e executado com uma infraestrutura exclusiva e robusta voltada ao abastecimento a gás de veículos pesados do Paraná. Essa mesma estrutura permitirá o uso do local como base de compressão do gás natural para distribuição por modal rodoviário a outros municípios do estado. Com isso, a Compagas poderá ampliar a sua atuação para outras localidades, levando competitividade e desenvolvimento a usuários que ainda não possuem a rede canalizada em suas regiões”, afirma.
O contrato da Compagas com a Parada Vendrami prevê o fornecimento mínimo de 60 mil metros cúbicos por mês, de gás natural. “No entanto, a expectativa é que a demanda seja crescente, e então a companhia pode ampliar o fornecimento conforme a necessidade do negócio”, explica Morgado.
A Parada Vendrami está situada no Km 510+500m da BR-376, no sentido Curitiba-Ponta Grossa. Está a 95km da capital e a 190km de Paranaguá. A localização estratégica deve contribuir significativamente para o alcance do Corredor Azul, na avaliação da Compagas. “Cabe destacar que Ponta Grossa é um importante centro logístico que liga importantes centros produtores do interior à capital paranaense e ao porto de Paranaguá, como também a outros estados, como São Paulo e Santa Catarina”, cita o diretor técnico-comercial.
O GNV é apontado como a alternativa mais imediata para a diminuição gradativa do uso do diesel como combustível para frotas. É menos poluente e, em comparação com os veículos elétricos, tem maior potencial de expansão em curto prazo. “Veículos pesados, como caminhões e ônibus, movidos a gás já são uma realidade no Brasil e no Paraná. Abastecidos com gás natural ou biometano, esses veículos se destacam no aspecto sustentabilidade, pois contam com uma redução significativa na emissão de carbono”, observa Morgado, da Compagas.
Em relação ao diesel, estima-se que o gás natural reduza a emissão de gás carbônico (CO2) em mais de 20%, enquanto o biometano alcança uma redução de 90%, informa o diretor. Ele acrescenta: “Além do aspecto ambiental, o abastecimento a gás também traz vantagens para a saúde da população, pois é um combustível que atua para a diminuição da poluição local. Quando comparada ao diesel, a redução de óxidos de nitrogênio (NOx) é de quase 90% e de material particulados chega a 85%. Os efeitos são de curto prazo, com um menor índice de doenças cardiovasculares e da perda de produtividade causada por esses poluentes”.
A implementação da infraestrutura do posto GNV para caminhões na Parada Vendrami está a cargo da Gas Futuro, empresa especializada na área, desde 1999. O diretor Rodrigo Bogacz reitera a localização do novo posto como um dos diferenciais e a importância do aumento da oferta de gás natural para caminhões. “Nessa localização certamente há demanda. Há grandes frotistas em busca da migração para o GNV. Estamos fabricando os equipamentos que vão compor o parque, e o posto deve ser inaugurado até o último trimestre deste ano.”
Crescimento da frota–
Entre os fabricantes, há uma aposta no aumento da demanda por caminhões movidos a GNV. Tanto que uma das montadoras no Brasil, a Scania, por meio de sua instituição de financiamento, o Scania Banco, lançou uma linha de crédito exclusiva para a aquisição de veículos sustentáveis, o programa CDC Verde, com taxa de juros de 0,99%.
De acordo com o Scania Banco, o CDC Verde incentiva, com a taxa especial reduzida, a adoção de novas frotas que gerem menos emissões ao meio ambiente e diminuam o impacto no fluxo de caixa do cliente.
Ainda segundo a Scania, vem aumentando cada vez mais o interesse de embarcadores e transportadores pela descarbonização do setor de transportes e logística. A linha a gás da marca é movida a gás natural veicular (GNV), biometano e gás natural liquefeito (GNL), e se adequa à realidade do país, pois se enquadra nos três pilares sustentáveis: econômico, social e ambiental. A Scania do Brasil é parceira da Compagas no corredor azul.
A Parada Vendrami é um complexo de apoio rodoviário não só a caminhoneiros, como a ônibus e viajantes de automóveis. Inclui conveniência, restaurante, lanchonete, sanitários, oficinas, central de cargas, posto de combustíveis, além do posto GNV.