Sonia Moraes
Em clima de festa começou no dia 25 de abril a Automec 2023, maior feira do mercado de reposição e reparação automotiva da América Latina, e estará aberta ao público até o dia 29 no Expo São Paulo, na capital paulista.
Participam desta feira 1,5 mil expositores, sendo 450 empresas estrangeiras de 12 países. Na cerimônia de abertura Claudio Della Nina, presidente da RX Brasil, organizadora do evento, disse que a feira já conta com 95 mil pessoas credenciadas e que a expectativa é de receber mais de 100 mil visitantes, com os novos negócios podendo atingir R$ 25 milhões.
Cláudio Sahad, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), destacou que a Automec está entre as maiores do mundo para o setor de autopeças e que a cadeia da reposição automotiva é o principal foco desta feira de negócios. “São fabricantes de peças, distribuidores (atacadistas e varejistas) e reparadores presentes em todo o país que mantém a frota brasileira de quase 47 milhões de veículos em condições de circulação e a nossa frota – da qual 38,3 milhões são automóveis, seis milhões são comerciais leves, 2,160 milhões caminhões e 387 mil são ônibus – transporta pessoas e riquezas pelo país.”
Sahad ressaltou que o Brasil tem plenas condições de ocupar espaço de destaque no setor automotivo mundial. “Somos o oitavo maior produtor de veículos, com potencial para produzir anualmente 4,5 milhões de unidades, a despeito das incertezas e instabilidades que insistem em rondar nossa economia.”
O presidente do Sindipeças ressaltou os 20 anos do motor flex criado pela engenharia brasileira. “Somos capazes de atender às exigências de sustentabilidade inscritas nos objetivos do desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), assegurar o legado de tecnologia limpa e acompanhar as novas rotas tecnológicas que estão chegando, como a célula de combustível movida a hidrogênio.”
Sahad disse ainda que a diversidade e a qualidade de nossas fontes energéticas são incontestáveis. “Além dos combustíveis renováveis, como o etanol, que possibilitou a criação dos motores flex, temos os biocombustíveis. Somos abençoados com importantes recursos naturais, como água em abundância e vento unilateral, do mar para o continente, além do sol o ano todo, o que nos possibilita a obtenção de uma matriz elétrica muito limpa. Possuímos condições para ocupar uma posição de protagonismo na indústria mundial automotiva.”
O avanço da tecnologia e a importância do setor de distribuição também foram destacados pelas demais entidades que representam o setor de reposição de autopeças. “A Bosch está apresentando nesta feira a inovação da inovação tecnológica, aquilo que o Brasil pode não só produzir, mas desenvolver em termos de solução e de avanço para o mundo”, disse Rodrigo Carneiro, presidente da Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças (Andap).
Margarete Gandini, diretora do departamento de desenvolvimento da indústria de alta-média complexidade tecnológica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), destacou a importância da indústria automotiva no Brasil, que representa 20% do PIB Industrial. “É uma cadeia longa que movimenta o setor produtivo nacional”, disse a diretora e acrescentou que está em discussão o próximo ciclo do Rota 2030, que tem como foco a inovação, descarbonização e a reciclabilidade de materiais.