Márcia Pinna Raspanti
De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), os emplacamentos de caminhões cresceram 2,62% no primeiro trimestre de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao mês anterior (fevereiro), março deste ano apresentou crescimento de 19, 71%, mas na comparação com março de 2022, houve queda de 7,3%.
Segundo o presidente da Fenabrave, Andreta Jr., o segmento vive um período de transição, com demanda ainda aquecida para veículos que se enquadram nos requisitos do Euro 5, norma que está em processo de substituição pelo Euro 6. “O mercado está se ajustando para absorver os veículos novos, mas o crédito segue seletivo e as condições de financiamento impactam no desempenho”, analisa.
Em março, os emplacamentos de implementos rodoviários registraram resultados positivos, com expansão de 40,62% em relação a fevereiro, e de 23,4% em comparação a março de 2022. “Após um ajuste de mercado, em 2022, os emplacamentos têm alcançado um bom patamar, até agora”, diz o presidente da Fenabrave. No trimestre, mercado de implementos avançou 6,99% em relação aos primeiros três meses de 2022.
O segmento de ônibus apresentou resultado próximo da estabilidade nas vendas diárias, em relação a fevereiro, o que, segundo o presidente da Fenabrave indica a recuperação do mercado. “Apesar de sempre ressaltarmos que as grandes oscilações percentuais desse segmento são impactadas pelas bases baixas de comparação, o mercado vem reagindo”, afirma o presidente da entidade.
Os emplacamentos de ônibus cresceram 28,37% em março deste ano, em relação ao mês anterior. Quando a comparação é entre março de 2023 e março de 2022, o aumento é de 23,4%. No acumulado do ano, a expansão chega a 74,42%.
Base fraca –
Na indústria automotiva em geral, os emplacamentos de veículos registraram alta no volume diário no mês de março, em função dos cinco dias úteis a mais do que em fevereiro. Com isso, no trimestre, o setor acumulou aumento de 19% sobre igual período do ano passado, de acordo com a avaliação da Fenabrave.
“Apesar deste aumento percentual, não vimos, ainda, a recuperação do setor para os níveis obtidos até 2019, antes da pandemia. A alta global foi potencializada pela diferença de dias úteis de março (23 dias) ante fevereiro (18 dias) e pelo baixo resultado que obtivemos nas vendas do primeiro trimestre do ano passado. Estamos diante de um cenário, novamente, desafiador para 2023, que apresenta alto endividamento das famílias, aumento da inadimplência, além da alta de juros e seletividade de crédito por parte das instituições financeiras, o que vem restringindo a demanda por parte do consumidor, que vem perdendo seu poder de compra”, analisa Andreta Jr.