Sonia Moraes
A produção de caminhões registrou um avanço de 100,6% em fevereiro de 2023 em relação a janeiro deste ano, totalizando 8.123 veículos. Em comparação a fevereiro do ano passado, quando foram produzidos 11.389 veículos, entretanto, houve queda de 28,7%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“O aumento expressivo em fevereiro ocorreu por causa das férias coletivas em janeiro e a retração em relação a fevereiro do ano passado se deve ao número menor de dias úteis devido ao feriado de Carnaval e à mudança de fase do Proconve para a legislação de emissões, de P7 para P8, referente à tecnologia Euro 6”, esclareceu Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea.
Devido a esses fatores e também à falta de semicondutores que, mesmo em menor intensidade, ainda afeta as montadoras, a produção de caminhões no primeiro bimestre de 2023 ficou 41,6% abaixo do mesmo período do ano passado, totalizando 12.172 veículos, ante as 20.852 unidades fabricadas de janeiro a fevereiro de 2022. “Agora a produção dos caminhões Euro 6 está em fase de rump-up. Foram produzidas quatro mil unidades em janeiro e oito mil veículos em fevereiro. O volume vai crescendo conforme aumenta a demanda”, disse Bonini.
Dos 12.172 caminhões produzidos no primeiro bimestre deste ano, 5.765 são modelos pesados, 3.036 semipesados, 2.385 leves, 574 médios e 412 semileves, sendo que este modelo foi o único que apresentou crescimento no período, de 71,7%.
Vendas-
As vendas de caminhões em fevereiro tiveram retração de 22,5% em relação a janeiro deste ano, com 8.108 veículos, mas em comparação com fevereiro de 2022 (8.091 unidades) houve um aumento de 0,2%. No acumulado de janeiro e fevereiro, o aumento foi de 10,5%, com 18.565 veículos emplacados, ante os 16.796 vendidos no mesmo período de 2022.
Bonini esclareceu que a queda nas vendas em fevereiro ocorreu porque em janeiro foram licenciados os caminhões Euro 5, vendidos no ano passado, volume que ainda aparece em menor quantidade em fevereiro. “No primeiro bimestre, o emplacamento está maior por causa da mudança de fase do Proconve, de P7 para P8, que é um fenômeno natural. Vale lembrar que caminhão tem um ciclo mais longo de venda por causa do implemento. Ao longo de três meses, vamos conseguir ter uma visão mais clara de como será a tendência de produção e vendas para este ano”
Dos 18.565 caminhões vendidos no primeiro bimestre deste ano, 9.560 são modelos pesados, 4.813 semipesados, 1.579 leves, 1.345 médios e 1.268 semileves.
Mercado externo-
Nas exportações, o resultado foi positivo no início deste ano. Em fevereiro o volume atingiu 1.650 caminhões vendidos para o mercado externo, 60,8% a mais que em janeiro deste ano, que teve 1.026 unidades embarcadas para o exterior. Em relação a fevereiro do ano passado, quando foram exportados 1.455 veículos, o crescimento foi de 13,4%. No bimestre, o avanço foi de 1,5%, com 2.676 veículos vendidos no mercado internacional.
Bonini destacou que as exportações de caminhões pesados para o México tiveram crescimento expressivo, após o acordo de livre-comércio de veículos pesados (caminhões e ônibus) fechado em 2020. “Este acordo será concretizado em julho deste ano, e já começamos a ver crescimento significativo, tendo em janeiro mais do que dobrado o volume em relação a janeiro de 2022.”
Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea, acrescentou que em valores houve crescimento das exportações de toda a indústria automobilística por causa dos caminhões, que têm valor muito alto e contribuíram para o bom resultado do setor. De janeiro a fevereiro as exportações totalizaram US$ 1,65 milhão, montante 28,5% superior ao mesmo período de 2022.
Ranking-
No ranking do setor, a Mercedes-Benz ficou com a liderança, com 5.040 caminhões vendidos em janeiro e fevereiro deste ano, 22,7% a mais que no mesmo período de 2022 (4.106 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que teve 4.402 veículos comercializados no país, com queda de 9,1% sobre janeiro e fevereiro do ano passado (4.485 unidades).
A Volvo ficou em terceiro lugar com 3.288 veículos vendidos no primeiro bimestre deste ano, 1,3% acima do mesmo período de 2022 (3.246 unidades), e a Scania em quarto com 1.687 veículos, 42,2% a mais que no primeiro bimestre de 2022 (1.186 unidades).
A Iveco, quinta colocada, vendeu 1.555 caminhões no período, resultado 6,6% inferior ao primeiro bimestre do ano passado (1.664 veículos). A DAF, que está em sexto lugar, comercializou 1.306 caminhões, 49,9% a mais que janeiro e fevereiro de 2022 (871 unidades).