O Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), órgão de pesquisa parceiro do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), divulgou o relatório “Sondagem do TRC”, um panorama anual que aborda o desempenho do segmento em 2022 e como as transportadoras enxergam o ano de 2023.
Reunindo informações de aproximadamente 100 transportadoras de pequeno, médio e grande porte com diversos perfis de cargas, o estudo foi realizado durante os dias 18 de novembro de 2022 e 14 de janeiro de 2023. Alguns dos principais dados coletados apontaram que 81% das empresas apresentaram faturamento positivo no ano passado, com um aumento médio de 16%. Além disso, o aumento do volume transportado foi de 13,1% e a idade média da frota própria teve redução de 0,5 ano, ambos comparados a 2021.
Segundo Raquel Serini, coordenadora do IPTC, “no último ano, as empresas absorveram a maioria dos aumentos dos custos, sem fazer um repasse. Isso estreita a questão das despesas, o que pode levar a transportadora a comprometer ou a ficar com a saúde financeira prejudicada. Junto a isso, percebemos que em 2022 houve menos contratações, o que mostra que as empresas precisaram segurar alguns processos para continuarem no azul.”
De acordo com a pesquisa, dos mais de 40 mil postos de trabalho ofertados por essas empresas, 42% deles são de motoristas, que representam, em números absolutos, 17.928 colaboradores, sendo 35% de contratação de motoristas próprios e 65% terceiros. Para 2023, a projeção é de novas contratações pelo regime CLT por 51% das empresas respondentes; já 20% preferem terceirizar a mão de obra, mas ainda assim contratar profissionais para o segmento.Em relação ao frete, menos da metade dos entrevistados acredita que se manterá estável em 2023 (47%), 25% preferem acreditar que o valor melhorará e 27% acham que vai piorar.
Para Raquel Serini, o cenário do valor do frete será mais equilibrado: “Pensando em futuro, acredito que o setor de transporte vai se mostrar ainda mais resiliente e que deve crescer, sim, porém dentro do esperado, sem grandes saltos. Com isso, consequentemente, espera-se um valor do frete mais estável também”.
O estudo mostra que 37% dos empresários têm a percepção de que este ano será dentro do esperado. Uma parcela de 33% acredita que será pior e 27% esperam que será melhor do que a expectativa. “A pesquisa é uma ferramenta para servir como parâmetro de análise sobre como o mercado vem se desenvolvendo a cada ano. Com isso, conseguimos entender seu desempenho, observar tendências que o segmento espera para o próximo ano de atuação e ser como uma fonte segura de informação para que os transportadores tomem suas decisões de maneira eficaz e de acordo com o setor”, diz a coordenadora.