Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas, empresa localizada no ABC Paulista, faz um balanço positivo de 2022. “Para nós aqui na ABC, sem dúvida, foi um ano produtivo em termos de serviços. Tivemos o aumento da frota de caminhões e investimentos internos com o objetivo de modernizar as operações, entre outras ações, o que ajudou no nosso crescimento”, elenca.
Apesar do mercado estar aquecido, Guedes observa que o setor encarou alguns obstáculos que prejudicaram seu desenvolvimento. “Sem dúvida, a oscilação que a cadeia de abastecimento das montadoras de caminhões sofreu durante todo o ano, pois isso afeta muito nosso planejamento operacional e de caixa. Em relação ao transporte, os aumentos de diesel causaram um impacto grande na lucratividade das empresas em geral, e o aumento expressivo dos valores dos caminhões, dos implementos e dos pneus trouxe ainda mais pressão.
Em contrapartida aos gargalos que apareceram, Guedes aponta as diversas iniciativas idealizadas pelas entidades do transporte rodoviário de cargas animaram os empresários a continuarem buscando estratégias de evolução dos seus negócios. “Temos uma boa perspectiva de negócios para 2023, apesar de entender que pode demorar um pouco para o mercado acelerar. Apesar disso, estou sempre antenado nas decisões governamentais e das organizações privadas, porque isso me ajuda a saber o caminho que posso traçar internamente.”
O executivo espera para esse ano em uma eventual progressão em comparação com os números apresentados no ano passado com melhoria da infraestrutura das estradas e pontos de paradas. Para Guedes, as mudanças que ocorrem a cada quatro anos devido à troca ou à manutenção do viés político no cargo presidencial causam uma única preocupação nas empresas de transporte: saber como esse novo governo atenderá às preocupações do setor durante o ano.
“Independentemente das incertezas correlacionadas ao novo mandato que começa, teremos que continuar levando as principais dores e necessidades do transporte para eles. Porém, entendo que estamos muito bem representados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). Teremos algumas pautas importantes para 2023, dentre elas aprovar de forma definitiva a desoneração do INSS na folha de pagamento, finalizar o marco regulatório de transportes e conhecer a política de preços da Petrobras com o novo governo”, pondera.
Guedes espera que o modal rodoviário de cargas continue se destacando, muito por conta da integração de tecnologias que vem assumindo grande parte da melhoria das operações, para mitigar ainda mais o impacto de fatores externos. “Apesar de entender que o primeiro semestre será um pouco abaixo do esperado, existe uma expectativa grande para que o transporte de cargas, com a chegada do Euro 6 e de outras iniciativas públicas e privadas, fortaleça ainda mais o transporte em geral.”