Sonia Moraes
As fabricantes de pneus venderam em outubro 591.529 pneus de carga, o que corresponde a um recuo de 5,1% em relação de setembro deste ano, quando foram comercializados 623.185 produtos no país. Deste total, o mercado de reposição recebeu 396.323 unidades, 8,4% a menos que setembro, e para as montadoras 195.206 pneus, 2,5% acima do mês anterior.
A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) atribuiu a queda nas vendas ao mercado de reposição em outubro à concorrência desleal dos pneus importados, que tiveram alíquota de importação zerada pelo governo federal em janeiro de 2021.
No acumulado de janeiro a outubro de 2022, a queda nas vendas foi de 6,1%, com 6,39 milhões de pneus, ante os 6,81 milhões de produtos que foram vendidos nos dez meses de 2021.
O mercado de reposição recebeu 4,69 milhões de pneus de carga até outubro, redução de 10,06% em relação aos 5,22 milhões que foram repassados nos dez meses de 2021. Para as montadoras, foram repassados 1,7 milhão de pneus no período, 7,1% a mais que o volume registrado de janeiro a outubro do ano passado, quando foram comercializados 1,59 milhão de produtos.
Incluindo todos os segmentos que são abastecidos pela indústria nacional (automóveis, veículos comerciais leves, carga e motos) a venda de pneus atingiu 4,94 milhões em outubro, elevação de 3,71% em relação a setembro deste ano (4,76 milhões) e aumento de 0,75% sobre outubro de 2021 (4,90 milhões).
De janeiro a outubro de 2021, as vendas totais de pneus acumularam aumento de 0,3%, com 47,89 milhões de produtos comercializados no mercado brasileiro, ante os 47,75 milhões vendidos no mesmo período de 2021. Essa pequena variação, segundo a Anip, deve-se as vendas totais para as montadoras, que seguem em trajetória de recuperação.
“Essa leve alta não reflete o resultado geral do ano, que deve encerrar com crescimento próximo de zero”, afirma Klaus Curt Müller, presidente da Anip.
Segundo o presidente da Anip, a importação de pneus de carga continua afetando o resultado da indústria nacional. “É uma competição desleal e que pode trazer mais impactos no ano que vem caso o governo não reveja a alíquota zero de imposto de importação”, ressalta.
Balança comercial
Nas transações internacionais o setor de pneumáticos acumulou de janeiro a outubro de 2022 déficit de US$ 37,34 milhões, com a importação de US$ 1,161 milhão (28,2% a mais que janeiro a outubro de 2021) e a exportação de US$ 1,123 milhão, que foi 26,7% superior aos dez meses de 2021. No acumulado até outubro de 2021, o setor de pneumáticos havia fechado com déficit de US$ 19,22 milhões na balança comercial, ao exportar US$ 906,04 milhões e importar US$ 886,81 milhões, segundo a Anip.
Em unidades, as fabricantes acumularam nos dez meses de 2022 um saldo negativo de 17,26 milhões de pneus, com a importação de 25,93 milhões de produtos (12,25% a mais que no mesmo período de 2021) e a exportação de 8,66 milhões (29,42% abaixo dos dez meses de 2021).