JSL amplia a intermodalidade nas operações logísticas

Para garantir a operação compartilhada dos caminhões com os trens, a empresa mantém na cidade de Itaquaquecetuba, interior de São Paulo, o seu centro logístico intermodal

Um estudo conduzido pela Redirection International, especializada em assessoria de fusões e aquisições, revelou que entre 2018 e 2023 houve um aumento de 46% no volume de fusões e aquisições envolvendo operadores logísticos, o que posicionou essas companhias de forma favorável para lançar seus IPOs, ou seja, processo no qual uma empresa privada oferece ações ao público pela primeira vez, tornando-se assim uma companhia de capital aberto e listada em uma bolsa de valores

Sonia Moraes

A JSL, uma das maiores operadoras logística do país, está ampliando a utilização da intermodalidade com o objetivo de agilizar as operações e colaborar com a sustentabilidade.

Para garantir a operação compartilhada dos caminhões com os trens, a empresa mantém na cidade de Itaquaquecetuba, interior de São Paulo, o seu centro logístico intermodal que recebe por ferrovia os materiais siderúrgicos da Gerdau e da Arcellor Mittal, operação que teve início em 2009.

Em um vagão da MRS, a empresa recebe 75 toneladas de materiais siderúrgicos (bobinas de alumínio em aço, chapas metálicas, vergalhão e cantoneiras), que equivalem a três carretas, e expede de 20 a 30 toneladas por dia. Os produtos da Arcellor Mittal são descarregados em 16 caminhões e os da Gerdau em 25 caminhões.

De janeiro a outubro de 2022, a JSL movimentou 299.688 toneladas de cargas, um volume 405% superior às 59.292 toneladas movimentadas no mesmo período de 2021. Foram 168.359 toneladas da Gerdau, 100.439 da Arcellor Mittal, 10.722 da Aperam, 10.108 da Bonafonte, 5.054 da Cummins e 5.005 da Benteler. A empresa também garantiu R$ 2,7 bilhões com novos contratos, dos quais 93% são provenientes do cross-selling. 

Atualmente a JSL atende 16 setores industriais, como o de alimentos e bebidas, papel e celulose, automotivo, bens de consumo, siderurgia e mineração, atuando em toda a cadeia logística, desde a armazenagem até a distribuição.

Em suas atividades, o transporte de cargas representa 42% do serviço de logística, as operações dedicadas 38%, alimentos e bebidas 27%, automotivo 18%, papel e celulose 14%, armazenagem 12%, bens de consumo, siderurgia e mineração 10% e distribuição urbana 8%. “Esta forma de atuação ajuda a manter o equilíbrio financeiro da empresa, pois quando um segmento não está bem o outro compensa”, afirmou Ramon Alcaraz, CEO da JSL, durante a visita de jornalistas no centro logístico intermodal da empresa. 

Com essa estrutura diversificada de atuação, a companhia espera alcançar em 2025 um faturamento de R$ 12 bilhões. Em 2020 a empresa faturou R$ 3,9 bilhões e em 2022 já registra R$ 7 bilhões de receita. “Se analisar os meses de setembro e outubro já dobramos o faturamento atingindo R$ 8 bilhões”, disse o CEO da JSL. 

A empresa está presente em todos os estados do Brasil por meio de operação dedicada, de transporte de cargas, armazenagem e distribuição urbana. Para o transporte de cargas, conta com uma frota de sete mil caminhões e cerca de 55 mil caminhoneiros cadastrados (terceiros e agregados). O espaço dedicado à armazenagem tem mais de um milhão de metros quadrados, sendo 22,5 mil m² de área construída e três mil m² de estacionamento para os caminhões. No exterior, a empresa tem operação no Paraguai, dedicado a cervejaria Cervepar e recentemente iniciou atividades na África do Sul para atender a South African Breweries (SAB), grande cervejaria sediada em Johannesburg, subsidiária direta da Anheuser-Busch InBev.

Com as aquisições, passaram a fazer parte da JSL as empresas Fadel, TPC, Transmoreno, Rodomeu, Marvel e TruckPad, somando mais de 27 mil colaboradores e 84 centros de distribuição.

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