Sonia Moraes
As montadoras de caminhões produziram em outubro 15.582 veículos, com aumento de 4,2% em relação a setembro deste ano, quando foram fabricados 14.956 veículos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“Apesar das dificuldades e dos desafios na logística, as empresas conseguiram manter a produção de outubro e o mercado de caminhões vem se recuperando bastante”, disse Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea.
No acumulado de janeiro a outubro, a produção atingiu 132.257 caminhões, 0,2% acima do que foi fabricado nos dez meses de 2021, quando totalizou 132.035 veículos.
“Esse pequeno aumento de produção ocorreu porque as montadoras aproveitaram a maior disponibilidade de semicondutores para recompor a produção trabalhando nos feriados e fins de semana”, eclareceu Bonini.
Do total de caminhões produzidos até outubro, 65.458 são modelos pesados, 40.928 semipesados, 17.925 leves, 6.648 médios e 1.298 semileves.
Vendas-
O emplacamento de caminhões não teve bom desempenho em outubro e fechou o mês com 10.796 unidades, 6,1% abaixo de setembro, que teve 11.502 veículos comercializados no país. Bonini atribuiu essa retração à baixa na oferta de produtos no mercado por causa das dificuldades para escoar a produção por causa das paralisações que ocorreram no país. “As montadoras que conseguiram receber as peças aceleraram a produção, mas não conseguiram liberar os veículos para as concessionárias.”
No acumulado de janeiro a outubro, a venda de caminhões teve retração de 2,2%, com 103.958 veículos emplacados, ante as 106.320 unidades vendidas no mesmo período de 2021. Do total vendido até outubro, 52.717 são modelos pesados, 27.309 de semipesados, 9.204 leves, 8.691 médios e 6.037 semileves.
Bonini lembrou que o primeiro semestre foi mais complicado, mas agora começa a apresentar estabilidade. E ressaltou que o volume de caminhões pesados continua sendo muito significativo, representando mais de 50% das vendas totais do setor. “Isso é uma característica do nosso país, com o agronegócio, a construção civil, que demandam esses veículos de maior porte.”
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, destacou que o segmento de caminhões pesados e semipesados foi o que teve maior crescimento nas vendas de todo o setor automotivo, saltando de 41.600 veículos em 2018 para 80 mil unidades de janeiro a outubro de 2022. São 38.400 caminhões a mais e 89% de participação nos licenciamentos. “Isso ocorre muito em função do agronegócio, da retomada da indústria, o que mostra um cenário de crescimento mantendo o desafio para o próximo ano”, disse Leite.
Exportações-
Nas exportações, o volume de caminhões aumentou 20,6% em outubro com 3.000 veículos vendidos no mercado internacional, ante os 2.487 veículos exportados em setembro deste ano.
No acumulado de janeiro a outubro, as exportações avançaram 10,6%, totalizando 20.977 unidades, enquanto nos dez meses de 2021 foram comercializados 18.964 veículos no exterior. Do total exportado, 11.557 são modelos pesados, 5.368 semipesados, 2.581 leves, 756 semileves e 715 médios.
Em CKD (veículos desmontados) as montadoras exportaram 5.359 caminhões até outubro, um resultado 14,37% superior aos 4.686 veículos exportados nos dez meses de 2021.
Ranking-
No ranking de janeiro a outubro, a liderança ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus com a venda de 29.229 caminhões, 4,8% abaixo dos 30.712 caminhões vendidos no mesmo período de 2021. O segundo lugar ficou com a Mercedes-Benz, que teve 24.873 veículos comercializados no país, volume 10,5% inferior aos dez meses do ano passado (27.777 unidades).
A Volvo ficou em terceiro lugar com 19.727 veículos vendidos até outubro, 10,4% a mais que igual período de 2021 (17.868 caminhões). A Scania ficou em quarto com 10.339 veículos, 19,9% a menos que janeiro a outubro de 2021 (12.911 caminhões).
A Iveco, quinta colocada, vendeu 9.011 veículos, 33,1% acima dos dez meses de 2021 (6.772 unidades) e a DAF, que está em sexto lugar, comercializou 5.440 caminhões, 19,8% a mais que no mesmo período de 2021 (4.540 unidades).
Elétricos e gás-
Incluindo caminhões e ônibus, o número de veículos com novas tecnologias de propulsão emplacados de janeiro a outubro de 2022 no país totalizou 925 unidades. Em 2021 foram 224 veículos comercializados no país.
Bonini comentou que os caminhões elétricos vêm tendo um crescimento exponencial no mercado brasileiro. “Os números mostram que a eletrificação vem ganhando força e se tornando mais relevante para o setor automotivo e o segmento de caminhões e ônibus.”
O presidente da Anfavea ressaltou que os veículos elétricos ainda não têm relevância numérica, mas é um segmento fundamental para o país. “Precisamos atrair essa tecnologia, criar infraestrutura para que esse mercado cresça e trabalhar para que tenhamos produção local.”
