Os bancos de montadoras registraram no primeiro semestre de 2022 a liberação de R$ 92,8 bilhões de recursos para o financiamento de veículos, com aumento em relação aos R$ 92,6 bilhões liberados no mesmo período do ano anterior, mesmo com a instabilidade gerada pela pandemia de Covid-19 e com a falta dos semicondutores no mercado mundial. Os dados são da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
Para 2022, a Anef projetava aumento de 10% no valor dos recursos a serem liberados pelas instituições financeiras, com o total de R$ 216,4 bilhões, ante os R$ 196,8 bilhões disponibilizados em 2021. A entidade, entretanto, revisou suas projeções, reduzindo em 3,5% o montante, que deverá atingir R$ 190 bilhões neste ano.
“O segmento automotivo sempre busca novas soluções e flexibilizações para chegar às melhores condições de negociação com os clientes, o que mostra os números das linhas de crédito: as modalidades crescem em diferentes ritmos conforme a demanda, mas sempre apresentam acréscimo”, afirma Paulo Noman, presidente da Anef.
O saldo total das carteiras cresceu para R$ 350,4 bilhões no primeiro semestre de 2022, aumento de 14,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando totalizou R$ 306,2 bilhões.
“A estratégia de adaptação que as instituições adotaram, como flexibilização dos prazos e condições especiais para veículos usados, ajudou o mercado a manter a tendência de crescimento. E em um ano tão atípico, com Copa do Mundo próxima às festas de final de ano e férias escolares, além da eleição presidencial”, declarou Noman.
As vendas de caminhões e ônibus mantêm uma média próxima à registrada no total de 2021: o financiamento CDC somou 40% do total e compôs a maioria, assim como foi também na soma do ano anterior (45%). As negociações por meio do Finame aumentaram de 25% para 28% e as por meio do consórcio permaneceram em 4%. O pagamento à vista subiu de 25% para 27%, e o leasing manteve-se com o 1% restante.
No âmbito das vendas de veículos de passeio e comerciais leves, manteve-se a tendência no crescimento com pagamento à vista (58%). As vendas via financiamento CDC, por outro lado, apresentaram decréscimo (38%) e, juntamente com o consórcio (4%) somam 42% do total registrado em 2022.