A Localfrio registrou 50% de aumento em seu faturamento no primeiro semestre deste ano frente ao mesmo período do ano anterior, e atingiu R$ 278 milhões. Segundo a empresa, parte do resultado pode ser atribuída à ampliação de soluções logísticas, como a especialização em operações que demandem alta complexidade, como o transporte de cargas de pás eólicas, e a ampliação dos serviços logísticos, como armazenamento de carga fracionada (LCL) e integração de todas as etapas da cadeia de comércio exterior.
“Ainda há muito mais espaço para continuarmos crescendo. Essas mudanças que estamos implementando já começam a surtir efeito e a trazer os primeiros resultados. Em períodos de instabilidade econômica, precisamos ser ainda mais criativos e buscar novas alternativas de receita. E foi desta forma que agimos, entendendo cada vez mais as dores de nossos clientes e partindo para soluções que pudessem viabilizar essas oportunidades”, conta Rodrigo Casado, CEO e presidente da Localfrio.
O transporte e armazenamento de componentes eólicos e painéis solares é um exemplo de negócio que exige conhecimento especializado e com pedidos em alta. A unidade de Suape (PE), especializada na gestão logística de cargas e projetos especiais, tem registrado maior demanda por projetos de energia limpa.
“É um tipo de serviço altamente especializado e que requer atendimento técnico e qualificado. Temos uma equipe totalmente treinada e dedica a essa operação. Nossa função não fica restrita ao transporte dos equipamentos, que por si só já exigem um alto expertise. Nós mergulhamos no negócio de nossos clientes e procuramos entender as reais necessidades deles em projetos de grande complexidade, como demandam os de parques eólicos e painéis solares. Entramos na operação auxiliando com a administração da frota, transporte fracionado dos componentes, check-list dos produtos e gestão do parque, entre outros. Essa atuação diferenciada tem credenciado a Localfrio a administrar projetos importantes e reconhecida como parceiro estratégico”, conta Piero Grassi Simione, diretor comercial da Localfrio.
A companhia também avançou no transporte de produtos em geral e de segmentos específicos. O armazenamento de cargas nos terminais alfandegados respondeu positivamente no semestre, com destaque para os segmentos químico, fármaco, bens de consumo e eletroeletrônicos.
Os indicadores da companhia mostram crescimento na movimentação de cargas do terminal alfandegado de Suape (PE), avanço no armazenamento de carga refrigerada no Guarujá (SP) e alta no transporte de produtos na unidade de Lages (SC).
A movimentação de contêineres avançou 1,7% nos seis primeiros meses do ano, passando de 30,1 mil unidades para 30,6 mil. No terminal de Suape, foram movimentados 7,5 mil contêineres no primeiro semestre deste ano, atingindo a melhor marca na história da unidade. Bebidas alcoólicas, borrachas sintéticas, módulos de painéis solares, pneus e motocicletas foram as principais mercadorias importadas no período.
Os 7,5 mil contêineres movimentados nos seis primeiros meses do ano representaram alta de 22% quando comparado ao mesmo período de 2021, quando o volume chegou a 6,1 mil unidades.
O terminal alfandegado do Guarujá obteve crescimento de 28% do volume de cargas no segmento químico. A companhia informa que transporta e armazena produtos para o setor que demandam alta capacidade técnica, como isotanques, por exemplo. Outro serviço que registrou alta foi o de exportação, com avanço de 26%. O armazenamento de cargas refrigeradas apresentou elevação de 20%, com destaque para carnes.
No terminal de Lages, o transporte de produtos foi o grande propulsor de crescimento, sendo que a movimentação de contêineres avançou 42% nos seis primeiros meses do ano, passando de 3,05 mil unidades para 4,32 mil.
De acordo com a empresa, outros fatores também têm impulsionado a busca por espaço nos terminais retroportuários da Localfrio, como os regimes aduaneiros especiais, como o de entreposto. Com ele, os importadores conseguem fazer o desembaraço de suas cargas de forma fracionada, o que permite melhor planejamento do fluxo de internalização das mercadorias de acordo com a demanda. Além disso, o regime especial permite manter as mercadorias por até dois anos armazenadas com total suspensão de tributos, com possibilidade de reexportação para outros países.
Mais um fator que tem estimulado a busca de armazenagem nos terminais da Localfrio é o aumento da incidência de demurrage (taxa cobrada pelos armadores pelo atraso na devolução de contêineres). Este item pode impactar fortemente os custos de importação. A capacidade de armazenagem e a agilidade da Localfrio nas operações têm ajudado a aliviar esta pressão de custos para os clientes, segundo a empresa.
“O impacto do demurrage varia em função do porte dos clientes, produtos e tipos de contêineres utilizados, podendo variar de US$ 60 a US$ 300 por dia. É mais compensador transferir a carga para um armazém alfandegado e liberar os contêineres o mais rápido possível. Os terminais portuários são pontos de passagem das mercadorias e por isso a estrutura oferecida não atendente às necessidades dos importadores em suas demandas por serviços personalizados e prazos mais longos de armazenagem. Já os terminais retroportuários alfandegados possuem mais infraestrutura para armazenagem e oferecem ainda uma gama de serviços adicionais que os terminais portuários não oferecem”, diz Simione.
A Localfrio conta com terminais alfandegados localizados nos principais hubs marítimos de comércio exterior no país (Santos, Suape e Itajaí), além do terminal alfandegado frigorificado do porto de Santos.