O governo de Pernambuco anunciou a instalação de um Terminal de Uso Privado (TUP) da APM Terminals, subsidiária do Grupo A. P. Moller-Maersk, de origem dinamarquesa, no Complexo Portuário de Suape. Com o início das obras até o final do próximo ano e operação prevista para começar em 2026, o novo terminal de contêineres representa um investimento de R$ 2,6 bilhões, gerando cerca de 350 postos de empregos diretos.
A capacidade inicial de movimentação do TUP da APM Terminals será de 400 mil TEU, podendo ultrapassar a marca de 1,3 milhão de TEU anuais, aumentando exponencialmente a liderança regional de Suape nesse tipo de carga. Em 2021, foram movimentados 518 mil TEU no complexo portuário pernambucano. “A chegada da Maersk vai consolidar ainda mais Suape como um dos principais portos do país. Trabalhamos intensamente pela atração de novos investimentos para Pernambuco e obtivemos mais esse êxito”, afirmou o governador Paulo Câmara.
Ocupando 49,2 hectares, o novo terminal é resultado do revocacionamento dos estaleiros do cluster naval de Suape, após a venda de parte da área pertencente ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS). O processo teve desfecho com a realização de um leilão, quando a Maersk cobriu a maior oferta com um valor de R$ 455 milhões. Esse resultado já foi homologado pela Justiça Federal para o pagamento de parte do passivo aos credores do EAS.
A iniciativa possibilitará mais conexões com os principais portos do mundo, além de incrementar a movimentação de cargas de cabotagem, setor no qual Suape já é líder no Brasil. O complexo portuário concentrará volumes ainda maiores de cargas conteinerizadas a serem distribuídas no Nordeste e no restante do país, com uma redução de custos que tornará Suape mais competitivo tanto em preço quanto em localização.
“Essa novidade, juntamente com diversos projetos realizados ao longo destes anos, buscam tornar o porto mais competitivo e atraente para novos negócios nacionais e internacionais”, declarou o diretor presidente do porto de Suape, Roberto Gusmão.
Maior investimento da APM Terminals na América Latina, o terminal está projetado para ter infraestrutura de primeira linha. Tem como carros-chefes dois conceitos alinhados com o modelo de gestão praticado em Suape: a sustentabilidade e a eficiência pela inovação tecnológica. Como em todas as suas operações no mundo, o grupo europeu conta com um Programa de Descarbonização, que busca minimizar a pegada de carbono. O complexo industrial de Suape tem 59% de sua área dedicada à conservação ambiental e já contabiliza seu estoque de carbono, com um modelo de gestão com as melhores práticas ESG (sigla em inglês para governança corporativa, social e ambiental).
O diretor de desenvolvimento da região das Américas APM Terminals – Grupo Maersk, Leonardo Levy, ressaltou a importância da cadeia global do Porto para as cargas de cabotagem. “Temos uma grande expectativa de que, com mais competitividade e eficiência, os exportadores e os importadores vão reagir trazendo mais linhas de navegação diretas, conectando a Ásia e a Europa diretamente ao Porto de Suape”, concluiu.
A APM Terminals conta com uma série de ferramentas para maximizar a eficiência das suas operações e encontrará em Suape um ambiente de desenvolvimento de plataformas tecnológicas com a ambiciosa meta de se tornar o porto mais moderno do Brasil. Neste sentido, conta com aliados estratégicos situados no Porto Digital do Recife, como a CESAR School, que está desenvolvendo cinco módulos de Sistemas de Operação dos Terminais Portuários; e o Softex Recife, que está viabilizando trabalhos conjuntos da estatal portuária e das empresas em funcionamento no complexo com as mais de 200 startups instaladas.