Transporte Moderno – Como tem sido 2022 para a companhia?
Karin Schöner – Este ano, a Maersk manteve seu forte momento em trazer soluções integradas de logística para os clientes. A Maersk continuou investindo em seu portfólio e capacidades de logística; no segundo trimestre foram concluídas as aquisições da especialista em logística, Pilot Freight Services, e da especialista global em frete aéreo, Senator International. A companhia fortaleceu ainda mais sua oferta de frete aéreo com o lançamento da Maersk Air Cargo.
A mudança nos hábitos de consumo no início da pandemia causou uma alta demanda na cadeia logística global, o que levou a gargalos operacionais por todo o mundo e foi um dos fatores que contribuiu para o aumento do valor do frete. Na Alemanha, o porto de Hamburgo enfrenta greve, Rotterdam e os portos da costa oeste dos Estados Unidos seguem enfrentando longas filas e gargalos logísticos em terra. Esse cenário só deve ser resolvido ao longo do segundo semestre de 2022. Ou seja, a cadeia logística está sob forte estresse, impactada pela grande demanda, altos custos, gargalos diversos e desafios de mão de obra.
Continuamos esperando a normalização do mercado no segundo semestre de 2022, mas a inflação e os altos preços da energia podem impactar os volumes do mercado e inclusive as nossas operações, portanto, ainda é incerto quando a situação irá se normalizar. No entanto, a normalização não significa voltar a níveis de frete pré-Covid, pois as estruturas de custos subjacentes, incluindo o custo dos bunkers e as taxas de afretamento de navio por tempo, aumentaram significativamente nos últimos dois anos.
Transporte Moderno – Quais as principais rotas e cargas para a empresa?
Karin Schöner – Os principais destinos são realizados pelo grupo Maersk no Brasil conectando o país com a China, América Latina, Estados Unidos e Europa. Mas a empresa atua em mais de 130 países podendo então enviar carga para qualquer lugar no mundo.
Transporte Moderno – As cadeias de suprimento ainda sofrem com os efeitos da guerra na Europa?
Karin Schöner – A Maersk encerrou suas operações no país em abril deste ano, e cargas com destino e origem russa ainda sofrem diversas sanções. Ou seja, a cadeia logística segue sob forte estresse, impactada pela grande demanda, altos custos, gargalos diversos e desafios de mão de obra. Tudo isso, inevitavelmente, reflete no reflete no valor do frete. Vale ressaltar que a inflação e os altos preços da energia também podem impactar os volumes do mercado e inclusive as nossas operações, portanto, ainda é incerto quando a situação irá se normalizar.
Transporte Moderno – A situação na China, no porto de Xangai, já se normalizou?
Karin Schöner – Após dois meses de bloqueio do Covid-19, em 1º de junho, Xangai reabriu com livre circulação de pessoas, retomada do transporte público, reabertura de shopping centers e reinício de fábricas. A coleta vazia de exportação e a entrada de carga no porto se normalizou para 85% dos volumes semanais normais, e a coleta em carga de importação quase voltou ao nível normal. No transporte terrestre, a capacidade de nossos serviços de transporte rodoviário de/para Xangai foi melhorada para mais de 80%. Sujeito a desenvolvimentos locais, incluindo mudanças dinâmicas nas restrições de tráfego local, espera-se uma melhoria gradual contínua. Para frete aéreo, as operações de gateway permanecem normais com os voos aéreos retomando gradualmente. No entanto, a visibilidade permanece limitada devido a fatores como atrasos contínuos nos portos norte-americanos e demanda potencialmente menor da Europa.
Transporte Moderno – O que a empresa tem feito para superar os problemas que têm impactado as cadeias de suprimento globais?
Karin Schöner – A Maersk tem feito algumas mudanças para superar os gargalos e suprir as necessidades de nossos clientes. Liberamos as capacidades ociosas, ou seja, adiamos o sucateamento dos navios antigos já que o mercado de afretamento não têm mais navios disponíveis e colocamos todos os navios em água; utilizamos de outros meios de transporte como barcaças, trens e feeders e reposicionam os nossos navios entre os trades, para que fossem utilizados de forma mais efetiva e aceleramos o reposicionamento de contêineres vazios. Além disso, expandimos nossos serviços em terra e em outros modais como LCL, aéreo, customs e fortemente em armazenagem e distribuição, cuidando da cadeia completa dos nossos clientes. A Maersk também se manteve ativamente no apoio ao cliente, estabelecendo e priorizando relações de longo prazo, oferecendo soluções de ponta a ponta, trazendo controle operacional, transparência e resiliência. Resultando em redução de custos.