Defasagem do frete chega a 13,8% em 18 meses

Neste período, o preço dos veículos avançou 42%, a mão de obra 12,5% e o combustível 104%, segundo levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística)

Motoristas que não fizeram o exame toxicológico começarão a ser multados nos próximos dias. Segundo números da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), mais de 1 milhão de condutores das categorias C, D e E serão notificados. O prazo quem com carteiras que vencem em janeiro e junho terminou em 30 de abril. Por outro lado, outros 2 milhões cujo vencimento da CNH será entre julho e dezembro podem fazer o teste até 31 de maio.

De acordo com um levantamento realizado pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), em 18 meses, os valores dos principais itens que influenciam os custos das empresas de transporte rodoviário de cargas aumentaram significativamente. O preço dos veículos cresceu 42%, a mão de obra 12,5% e o combustível 104%, neste período.

O Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), apresentou a pesquisa de mercado referente ao primeiro semestre do ano. Diante desses aumentos, 73% dos transportadores reajustaram o frete, 7% mantiveram e 20% ofereceram descontos. Além disso, 45% das empresas de transporte de médio porte que responderam o estudo disseram que o cenário foi melhor que em 2021; para 18% o cenário foi igual; e para 37% foi pior que o ano passado.
 

Outra questão abordada pela entidade é a defasagem do frete que está, em média, em 13,8%. Para Adriano Depentor, presidente do conselho superior e de administração do Setcesp, esse é um problema crônico do setor.

“Na verdade, isso não deveria acontecer, visto que é uma responsabilidade do empresário que precisa valorizar o seu negócio. Observamos que, quando há um crescimento no custo de qualquer insumo relacionado ao transporte, a indústria e o comércio aumentam o seu preço, porém o transportador não consegue realizar este repasse efetivamente. É uma inabilidade do empresário em repor essas tarifas.”

Em relação ao futuro, 27% dos pesquisados acreditam que o frete vai melhorar e 41% acham que pode piorar. Segundo Lauro Valdivia, assessor técnico da NTC&Logística, “o que devemos fazer é calcular os custos de modo correto e cobrar o que precisa ser cobrado”.

Segundo o Setcesp, uma alternativa para as empresas de transporte é o Painel do Diesel, criado pelo Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), órgão parceiro da entidade, que auxilia o transportador a mensurar o preço do diesel nos municípios do estado de São Paulo e nas capitais de todo o país.

“Somente no primeiro semestre de 2022, já realizamos mais de dois mil atendimentos para empresas que vêm até o Setcesp buscar esses números. Ajudamos com todas as informações necessárias para que o transportador possa buscar alternativas frente ao mercado e equilibrar as operações”, afirma Raquel Serini, economista do IPTC.

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