No primeiro semestre de 2022, o setor portuário brasileiro, formado pelos portos públicos e terminais privados, movimentou 581,3 milhões de toneladas. O número é 3,3% menor do que o registrado no primeiro semestre de 2021, de acordo com o levantamento feito pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Em relação aos perfis de carga, o destaque foi para carga geral, que teve crescimento na movimentação de 18,6%, influenciado principalmente pelo aumento da demanda da celulose (27%) e ferro/aço (+4%). Granel sólido e granel líquido registraram variação negativa devido a menor demanda internacional de minério de ferro, soja e petróleo. Já a queda nos contêineres de longo curso (5%, em TEU) se deve pelo cenário internacional de retração do comércio, refletindo-se no Brasil em queda na exportação e importação de mercadorias em portos, em volumes movimentados.
A menor demanda por parte da China, explicada pelo fechamento dos portos devido à pandemia de Covid-19, e outros fatores afetaram as exportações de algumas commodities brasileiras. Por outro lado, a 2ª safra do milho projeta uma produção recorde da commodity e deve puxar alta de granel agrícola a ser movimentado em portos no próximo seis meses do ano.
De acordo com previsão da Antaq, existe uma tendência de crescimento na movimentação portuária no segundo semestre de 2022, sendo estimado um volume de 631 milhões de toneladas – alta de 2,9% em relação ao segundo semestre do último ano. Contudo, os números projetados para o fim do ano mostram estabilidade da movimentação anual em comparação com 2021, totalizando o ano com 1.212 milhões de toneladas movimentadas, quase igualando com o último ano – 1.214 milhões (recorde nacional do setor).
Balança comercial
Tanto as exportações quanto importações vêm crescendo, em valor monetário, no primeiro semestre dos últimos anos e, com isso, o Brasil mantém o saldo positivo na balança comercial desde 2016. Em 2022, as exportações registram US$ 164,3 bilhões e as importações US$ 129,8 bilhões. No caso das exportações, o resultado está relacionado ao aumento dos preços da soja e do petróleo, mesmo ambos terem apresentado queda na movimentação. Já nas importações, os fertilizantes apresentaram alta, afetada pela maior movimentação, mas principalmente pelo preço.