Sonia Moraes
A indústria de autopeças fechou o primeiro semestre de 2022 com déficit de US$ 5,9 bilhões na balança comercial, o que significa um aumento de 19,5% em relação aos US$ 4,9 bilhões registrados no mesmo período de 2021, conforme mostra os dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
O saldo negativo deve-se à movimentação maior das importações, que avançaram 19% atingindo US$ 9,7 bilhões de janeiro a junho deste ano, ante os US$ 8,14 bilhões registrados no mesmo período de 2021. As exportações, apesar do crescimento de 18,2% no período o resultado ficou menor, totalizando US$ 3,8 bilhões, antes os US$ 3,2 bilhões alcançados no primeiro semestre de 2021.
O Sindipeças destaca que em junho, mês que registrou o melhor resultado do ano – com US$ 751, 3 milhões –, foi mantida a expansão gradual das vendas ao exterior, superando o mês de maio, que teve US$ 696,9 milhões com exportações. “Isso ocorreu seja porque as exportações de veículos estão fortes, as vendas automotivas nos mercados vizinhos estão avançando a dois dígitos ou a desvalorização do Real beneficia as exportações locais, o fato é que o setor atravessa momento favorável no comércio internacional”, esclarece.
Do total de componentes exportados para 207 mercados, a Argentina reteve 35,8% de participação no primeiro semestre, com US$ 1,36 bilhão de componentes adquiridos do Brasil, 45,4% a mais que nos seis meses de 2021, seguida pelos Estados Unidos, que teve 16% de participação, com US$ 610, 1 milhões, 5,3% superior ao mesmo período de 2021.
Na sequência está situado o México, que absorveu US$ 349,4 milhões, 1,2% a mais que no mesmo período do ano passado, ficando com 9,2% do total, e a Alemanha, que teve 7,4% de participação, com US$ 282,1 milhões, aumento de 22,2% sobre o acumulado de janeiro e junho de 2021.
Nas importações provenientes de 181 países no primeiro semestre de 2022 a China se destacou com US$ 1,55 bilhão, 21,7% a mais que no acumulado de janeiro a junho de 2021, e a participação foi 16,1% nas compras totais das empresas, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 1,15 bilhão, 31,2% acima do mesmo período de 2021 e 11,9% de participação.
A Alemanha teve 10,1% de representatividade, com o total de US$ 980,3 milhões, 12,6% maior do que no primeiro semestre de 2021. O Japão, que aparece em quarto lugar no ranking, teve 9% de participação, com US$ 874,2 milhões, 20,3% a mais que nos seis meses de 2021.