Sonia Moraes
A Paccar Financial, braço financeiro mundial do grupo Paccar, prevê liberar R$ 1,5 bilhão para financiar caminhões DAF no Brasil em 2022. No primeiro semestre deste ano, o banco desembolsou R$ 828 milhões para o financiamento de 1.211 caminhões DAF, garantindo um resultado recorde com 40% de participação nos financiamentos das vendas de caminhões da marca. Até o fim do ano, a expectativa da instituição é de liberar mais cerca de R$ 800 milhões para o financiamento de 2.414 caminhões DAF.
Desde 2019, quando iniciou as operações no Brasil, até junho de 2022 a Paccar Financial liberou R$ 2,8 bilhões para financiamentos de caminhões da marca. Esse valor corresponde a um volume total de 4.799 caminhões financiados no Brasil ao longo de três anos.
Quando iniciou suas atividades, o banco era responsável por financiar 25% dos caminhões vendidos pela DAF no Brasil, em 2021 a participação teve um salto para 30%, e agora está em 40%.
O que ajudou o banco alcançar o bom resultado neste ano, segundo João Petry, diretor geral da Paccar Financial, é o trabalho dedicado do banco e a experiência dos profissionais. “Temos uma premissa no banco que é ir até o cliente, fazendo um trabalho bem próximo e customizado. Os executivos estão sempre em campo, conhecendo as operações de cada um para viabilizar os negócios”, disse Petry em entrevista exclusiva para a Transporte Moderno.
O diretor comentou que a Paccar Financial tem conseguido bons negócios em todo o setor de transporte, em importantes regiões do país, como o norte e centro-oeste, onde se concentram muitas atividades do agronegócio para o qual a DAF oferece o caminhão XF 6×4.
Em sua carteira de clientes, 90% são pessoas jurídicas e 10% são transportadores autônomos. Nos 90%, estão 70% de transportadores médios e grandes e 30% de empresas pequenas.
A Paccar Financial oferece três modalidades de financiamento para a aquisição do caminhão DAF – CDC (Crédito Direto ao Consumidor), Finame e Leasing – e mantém em sua carteira de clientes pessoas físicas e jurídicas dedicadas aos mais diversos ramos de atuação no setor de transporte.
Entre as modalidades de financiamento que disponibiliza, o CDC representa atualmente 85% dos contratos negociados pela Paccar Financial, e o Finame 15%. “O BNDES acabou de baixar uma taxa de transação a gente espera que o Finame fique um pouco mais competitivo. Mas, a nossa visão até o fim do ano é de que o CDC esteja presente em 80% dos contratos e o Finame em 20%”, comentou Petry.
Na avaliação de Petry, o CDC continua atrativo, porque no Brasil os clientes menores estão atentos ao fluxo de caixa a optam pelo CDC por causa da previsibilidade da taxa fixa e não levam em conta os juros que estão pagando em prazos mais longos.
Na Paccar Financial, boa parcela de clientes procura financiar 100% o caminhão para manter o fluxo de caixa, mesmo utilizando o modelo usado para a entrada, e prefere contratos de até 60 meses, com zero de entrada e três ou seis meses de carência. Poucos optam por 72 meses. “As médias e grandes empresas fecham contratos de até 60 meses, mas trocam o caminhão antes de cinco anos – de 36 a 48 meses, dependendo da aplicação –, para evitar gastos com peças e manutenção”, afirma Petry.
O diretor da Paccar Financial está confiante que 2022 será o melhor ano para o banco porque, além da DAF estar crescendo no mercado brasileiro, ainda haverá a Fenatran que ajuda muito no fechamento de novos negócios. “O Banco DAF nasceu na Fenatran, em 2019, e estamos ansiosos para voltar à feira porque o nosso DNA é estar com os clientes, conhecer a operação e falar a linguagem do transportador”, disse Petry.