A Meritor inaugurou no primeiro semestre deste ano a nova linha de montagem de diferenciais em células (MDC), consolidando mais uma etapa do processo de modernização da fábrica de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, que tem por foco total integração entre manufatura, engenharia de produtos e produção. A partir da renovação dos equipamentos e da automatização dos processos de manufatura, a empresa vem conquistando ganhos expressivos de eficiência, qualidade e segurança.
Fruto de um investimento de US$ 1 milhão, a nova linha MDC é dividida em três células: pínhão, coroa e circuito de prateleiras. A montagem dos diferenciais – o mais importante componente dos eixos que a empresa fornece aos fabricantes de veículos pesados – passou a ser feita em paleteiras e não mais em bancadas.
“São quatro paleteiras equipadas com baterias de lítio que carregam em apenas uma hora dentro da própria linha, sem emissão de CO2”, informa Guilherme Camillo, gerente do projeto, lembrando que esse processo pode ser feito, por exemplo, durante a hora do almoço. “Com os novos equipamentos, aposentamos as baterias de chumbo/aço que, além de serem poluentes, levavam oito horas para carregar e idêntico período para descansar”.
As peças, antes embaladas uma a uma, agora chegam em kits e o sistema de montagem dos diferenciais passou a ser feito automaticamente por prensagem, substituindo processo que envolvia aquecimento das peças. Outra inovação é a tecnologia PF 6000, que a partir de um único painel controla uma ferramenta de aperto cabeada e até seis ferramentas wi-fi.
De acordo com Camillo, todas essas mudanças propiciaram ganhos significativos de qualidade: “Na linha nova tem menos manuseio, o processo todo é mais seguro e mais flexível. Com a introdução dos kits, por exemplo, a montagem é mais rápida, porque o operador não precisa ficar buscando peça a peça, e o risco de erros é reduzido drasticamente”.
A implantação da linha MDC foi aprovada em 2020 e desde então envolveu mais de 300 reuniões, 500 requisições de compra e 72 fornecedores. “Estamos sempre buscando o melhor dentro do conceito Indústria 4.0, que é gigante”, comenta o gerente do projeto.
Entre outras novidades introduzidas na linha, ele cita ainda os computadores instalados em todas as prateleiras e os relógios comparadores wi-fi, utilizados para fazer a mediação das características da qualidade da peça: “Antes esse controle envolvia anotações de uma pessoa em um papel. Agora é tudo online, vai direto para a rede. Não tem risco de erro também”.
A Meritor também está instalando na fábrica de Osasco o armazém vertical, que demandou investimento de US$ 80 mil e é o primeiro em uma unidade do grupo no Brasil. “É um equipamento que verticaliza o armazenamento dos nossos componentes, com ganhos de espaço e flexibilidade no manuseio das peças. É só apertar um botão, por exemplo, e a prateleira do que você precisa desce automaticamente”, explica Camillo.