Com base os resultados do primeiro semestre, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revisou suas projeções para emplacamento de veículos em 2022. Para o setor automotivo em geral, a entidade que, em janeiro, estimava um aumento de 5,3% para as vendas, agora projeta que 2022 encerrará com uma alta de 5,5%.
No segmento de caminhões, com uma uma estimativa inicial de aumento de 7,3%, agora a Fenabrave projeta igualar os resultados deste ano aos obtidos em 2021. “O segmento ainda sofre com o abastecimento de peças e componentes, mas, se a indústria conseguir atender, parcialmente, à demanda do mercado, que deve antecipar as compras dos modelos Euro 6, que entrarão em vigor a partir de 2023, o segmento poderá se equilibrar, sem perdas”, avalia a entidade.
Como tiveram seu melhor resultado histórico no ano passado, que já significou renovação desses equipamentos em grandes volumes, os implementos rodoviários se descolaram do desempenho de caminhões este ano, e devem ter retração nas vendas. Com isso, a expectativa da Fenabrave saiu de um crescimento de 9,4% para uma queda de -9,6%, nos emplacamentos em 2022. A dificuldade na obtenção de crédito deve colaborar para a queda do segmento.
No setor de ônibus, diante de uma expectativa inicial de crescer 8% este ano, o mercado deverá arrefecer no segundo semestre, chegando a um resultado geral de 2,8% positivos sobre 2021. Essa desaceleração acontece em função da paralisação de programas governamentais como o Caminho da Escola.
Resultados em junho-
O segmento de caminhões, apesar de ainda enfrentar falta de peças para alguns modelos, já começa a operar de forma equilibrada, entre oferta e demanda. “No início do ano, havia muitas entregas represadas, com espera que chegava a 180 dias. Este problema foi contornado e o segmento conseguiu se estabilizar”, analisa Andreta Jr., presidente da Fenabrave.
No mês de junho, em comparação com o mês anterior, o mercado de caminhões apresentou aumento de 5,72%, enquanto em relação a junho do ano passado, houve recuo de -2,1%. No acumulado de janeiro a junho, os emplacamentos de caminhões apresentam queda de -1,2%.
O setor de implementos rodoviários, apresentou recuo de -10,31% no semestre, em relação ao primeiro semestre de 2021. O resultado também foi negativo em comparação a maio deste ano, com redução de -4,09% nos emplacamentos, e na comparação com junho de 2021, os resultados foram -14,31% inferiores.
Com queda no semestre, o segmento de implementos segue com dificuldades para manter o nível de emplacamentos de 2021, quando teve seu pico histórico. “Apesar de, normalmente, apresentar um desempenho similar ao de caminhões, neste ano, os implementos rodoviários têm registrado uma demanda menor. Mas não podemos esquecer que, em 2021, o segmento registrou o maior volume de sua história e certa estabilidade poderia ocorrer este ano”, pondera Andreta Jr.
O mercado de ônibus segue com dificuldades para recuperar a demanda, com volume próximo ao registrado no mesmo período de 2021 e aquém do que se comercializava antes da Covid-19. “O volume de emplacamentos ainda não voltou aos patamares pré-pandemia”, explica Andreta Jr., lembrando que, em 2019, a média mensal de emplacamentos de ônibus foi superior a 2,2 mil veículos.
No semestre, os emplacamentos de ônibus tiveram redução de -1,3%, enquanto na comparação ao mês anterior, o recuo foi de -3,4%. Já na comparação com o mesmo mês de 2021, a queda foi de -1,93%.