naPorta: democratizando o last mile

Com foco nas favelas e comunidades periféricas, a empresa quer trazer eficiência logística às entregas nessas regiões, além de gerar renda e oportunidades

Márcia Pinna Raspanti

O Brasil tem mais 13,5 milhões de pessoas morando em favelas ou comunidades, que movimentaram cerca de R$ 160 bilhões por ano. As favelas movimentam um volume de renda maior que 20 das 27 unidades da federação, segundo a pesquisa “Economia das Favelas – Renda e Consumo nas Favelas Brasileiras”, desenvolvida pelos institutos Data Favela e Locomotiva.

Pensando nesse imenso mercado, muitas vezes, negligenciado, um grupo de empreendedores criou a naPorta, uma startup que atua em comunidades e regiões periféricas, trazendo mais eficiência logística nas entregas e maior adesão ao e-commerce. Um terço das pessoas que moram nessa áreas têm dificuldade em receber suas encomendas. “Isso não acontece somente nas favelas. Outras regiões têm CEPs com restrições de entrega. Por isso, resolvemos democratizar as entregas”, conta Sanderson Pajeú, um dos criadores da naPorta.

Pajeú explica que a startup faz um mapeamento dessas regiões, criando hubs de apoio e pontos de coleta em comércios locais e outras instalações, e uma rede de entregas. Todos entregadores são moradores das comunidades, e o valor do frete é dividido entre as partes envolvidas no processo de entrega. “Oferecemos também rastreabilidade das mercadorias para os consumidores, além da possibilidade dos comerciantes locais usar o e-commerce para vender seus produtos”, detalha.

A empresa é formada por quatro sócios e 20 entregadores, que fazem uma média de 500 entregas por dia, de bicicleta, moto, carro ou mesmo a pé, conforme a distância a percorrer. “A pessoa define qual seu raio de atuação”, diz. A startup já está presente em seis comunidades do Rio de Janeiro e chegará a São Paulo no segundo semestre deste ano. “Vamos ampliar para mais duas regiões do Rio de Janeiro e começar em duas comunidades em São Paulo”, informa Pajeú.

Além de ampliar as áreas de atuação, a empresa tem planos de criar uma espécie de ‘franquia’ no futuro. “Não é uma franquia porque não queremos lucrar com isso, mas abrir a possibilidade de que moradores e comerciantes possam reproduzir esse modelo em sua região”, enfatiza.

Pajeú destaca também a importância de gerar renda para a própria comunidade. “Muitas empresas já perceberam o potencial destas áreas, mas não adianta chegar e tentar explorar isso. O importante é construir soluções junto com os moradores e trazer as oportunidades para eles”, avalia.

A naPorta participou da sétima edição do Frotas Conectadas. Para quem quiser conhecer ou fazer parte desta ideia, como entregador, parceiro ou ponto de entrega, basta acessar o site naPorta .

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