Sonia Moraes
A frota de caminhões avançou de maneira significativa em 2021, alcançando 2,1 milhões de veículos, com incremento de 2,9% em relação ao ano anterior, conforme mostra o relatório da frota circulante divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Este crescimento, segundo o Sindipeças, se deve aos bons resultados do agronegócio, mineração e construção civil, às necessidades decorrentes das entregas do e-commerce e ao aumento de volumes das exportações.
Somente em 2021 foram emplacados 127,4 mil caminhões, segundo a Fenabrave. A distribuição por faixa etária reforça a necessidade de modernização da frota, iniciando pelos pesados, uma vez que 20,2% apresentavam idade média de até 5 anos, 51,9% entre 6 e 15 anos de uso, enquanto 28% superavam os 16 anos de uso.
Incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus a frota de veículos que circulam pelas estradas brasileiras apresentou crescimento de 0,7% em 2021 na comparação com o ano anterior, totalizando 46,6 milhões de unidades. A maior quantidade de veículos rodando pelo país no ano passado foi de automóveis com 38,2 milhões, com um pequeno avanço de 0,2% em relação a 2021.
O número de comerciais leves cresceu 3,5%, atingindo 5,8 milhões de veículos e o de caminhões avançou 2,9%, totalizando 2,11 milhões de unidades. A frota de ônibus teve redução de 0,9% 2021 na comparação com 2020, totalizando 385,5 mil.
Da frota circulante de 46,6 milhões de veículos que transitaram em 2021 no país, os importados corresponderam a 14,2%, com a participação retornando aos níveis de 2012, segundo o Sindipeças.
A maior concentração da frota de veículos está em cinco estados, sendo 29,1% em São Paulo, 13,4% em Minas Gerais, 7,6% no Paraná, 7,2% no Rio de Janeiro e 6,5% no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina circulam 5,5% dos veículos, na Bahia 3,9%, em Goiás 3,4% e no Distrito Federal 2,92%.
A idade média da frota atingiu dez anos e três meses em 2021. Em quase uma década (2013 a 2021), o envelhecimento da frota em circulação aumentou em um ano e dez meses. Segundo o Sindipeças, as possibilidades de reversão desse fenômeno dependem do aumento da taxa de crescimento das vendas de veículos novos e de políticas públicas que exijam a retirada de circulação das unidades mais antigas, como um programa de renovação de frotas.
O Sindipeças destaca que as discussões feitas pelo governo federal, entidades setoriais e transportadores de carga para estruturar um programa de reciclagem veicular, embora traga como proposta que a primeira fase abranja caminhões, ônibus e implementos rodoviários, revela-se uma excelente iniciativa para avançar na modernização e redução da idade média dos veículos no país. Em resposta à crise econômica provocada pela pandemia, várias nações definiram programas de incentivo para a comercialização de veículos elétricos e híbridos e a exclusão daqueles movidos à gasolina e diesel.
Na frota 46 milhões de veículos que rodaram no país em 2021, 24,2% (que correspondem a 11,3 milhões) têm até cinco anos de idade, 57,4% (equivalente a 26,8 milhões) possuem entre seis e 15 anos e 18,3% (8,5 milhões) têm 16 anos ou mais.
Ônibus-
Sobre o número de ônibus em circulação no território brasileiro, que atingiu 385,6 mil veículos em 2021, apresentando redução de 0,9% em comparação a 2020, quando havia 388,9 mil em circulação, o Sindipeças esclarece que a produção de ônibus novos cresceu apenas 2,6% em 2021, após sofrer retração de mais de 33% em 2020.
Fortemente afetado pela pandemia, o transporte público nas grandes cidades assistiu ao encolhimento dos usuários, o que prejudicou a dinâmica desse mercado. Do total em circulação, 19,4% apresentavam idade média ao redor de cinco anos, enquanto 59,1% se situavam entre 6 e 15 anos de uso. Outros 21,5% dessa frota tinham uso superior a 16 anos, representando percentual menor quando comparado à mesma faixa para o caso dos caminhões. O programa Caminho da Escola do governo federal tem sido importante aliado para produção e descentralização desses veículos, segundo o Sindipeças.
De acordo com o levantamento da entidade, a relação entre a população residente e a frota circulante no país se manteve em 4,6 habitantes por veículo em 2021, abaixo da relação observada no início da década passada. Na comparação entre 2010 e 2020, essa relação declinou 1,5 pontos percentuais, favorecida pelo período de auge do setor automotivo até 2013 e estagnada, a partir de 2016, por causa da desaceleração e crise. Ao se comparar a População Economicamente Ativa (PEA) com a frota em circulação, identifica-se expressivo declínio dessa relação, com aumento residual em 2021. A mesma, que era de 3,1 em 2010, alcançou 2,3 habitantes economicamente ativos por veículo em 2021, retornando ao nível de 2019.